O evento “Relações Não Tão Públicas” foi realizado no campus Juvevê da Universidade Federal do Paraná (UFPR) nos dias 03 e 04 de julho, com o objetivo de ampliar a discussão sobre a sexualidade. A iniciativa partiu dos alunos do segundo ano do curso de Relações Públicas, como trabalho para a disciplina de Técnicas de Comunicação Aproximativa.
A participação no evento foi aberta tanto para os alunos do próprio curso quanto para graduandos de outras áreas. O “Relações Não Tão Públicas” apresentou duas mesas redondas (sobre a Lei do Nascituro e sobre a Homossexualidade), duas oficinas (de Striptease e de Massagem), palestra com a Lola Benvenutti, além de coffe break, debates e sorteios.
Segundo a professora e orientadora dos alunos, Nicole Kollross, o evento no Facebook contou com cerca de 160 confirmados e o auditório lotou nos dias de mesa redonda. “Fiquei realmente feliz com a participação de professores, ex-alunos e estudantes de outros cursos. Agradeço também a presença de integrantes da Marcha das Vadias e dos envolvidos nos Estatutos do Nascituro e da Criança e do Adolescente”, diz.
Kollross afirma que as atividades paralelas tiveram mais interessados do que a organização imaginava. A demanda resultou na ideia de oferecer uma nova oficina de Striptease, já que pessoas reclamaram da falta de vagas.
A estudante do primeiro ano de Relações Públicas Bruna Gaioffato, que participou do evento nos dois dias, diz que gostou das oficinas e da escolha dos especialistas que as ministraram. “A composição da mesa redonda sobre o Estado do Nascituro foi muito boa. Eles conseguiram esclarecer as dúvidas que a maioria ainda tinha sobre o assunto. O debate sobre o casamento gay e a homossexualidade foi bem interessante também”, destaca.
Bruna comenta que o “Relações Não Tão Públicas” pode ser resumido na frase da professora do Departamento de Comunicação Social (Decom), Regiane Ribeiro: “Nunca algum evento tinha conseguido reunir tantas pessoas no Decom”.
Organização
A orientadora Nicole Kollross enfatiza a determinação dos estudantes na organização do evento. “Eu só dei apoio, a iniciativa foi totalmente deles. Vale destacar que, para muitos, essa foi a primeira vez que se envolveram com algo que atendeu mais de 100 participantes”. De acordo com ela, os graduandos tiveram que lidar com processos burocráticos e aprender a depender uns dos outros.
Uma das alunas de Relações Públicas e organizadora do evento Kethlyn Luize conta que o trabalho foi essencial para colocar em prática os ensinamentos da disciplina. O primeiro desafio era a escolha do tema, que surgiu a partir de um consenso entre a turma. “Não queríamos nada clichê. Assim, fizemos a relação do tema com o próprio nome da nossa habilitação”, afirma a estudante.
A organização dependeu da divisão dos alunos em grupos de até quatro pessoas, de acordo com as tarefas que preferiam desempenhar. “O trabalho em equipe aumentou a nossa convivência e nós descobrimos talentos que até então não sabíamos que tínhamos”, comenta Kethlyn. Segundo ela, a maioria dos gastos (com materiais, brindes, sorteios) foi paga através da venda de rifas e de cupcakes feita pelos próprios alunos. “O nosso objetivo não era cobrar a entrada”, declara.
A aluna diz que há a expectativa de que eventos como esse ocorram mais vezes, mas que isso já não cabe aos estudantes que realizaram o “Relações Não Tão Públicas”. “A iniciativa ficaria a cargo dos nossos calouros, de se comprometerem a fazer uma segunda edição. Seria um orgulho para todos nós da organização atual”, avalia.