Após um hiato de três anos, o Griot – Festival de Cinema Negro Contemporâneo retornou para sua quarta edição que ocorreu na cidade de Curitiba entre os dia 12 e 18 de outubro. Contando com exibições de curtas e longas nacionais e internacionais, palestras e oficinas de roteiro, as atividades da amostragem foram realizadas nos espaços do Cine Passeio, Cinemateca e Paço da Liberdade.
O filme que abriu a quarta edição do festival foi Marte Um, longa de 2022 escrito e dirigido pelo cineasta mineiro Gabriel Martins que traz como enredo o dia a dia de uma família negra da periferia onde o filho mais novo, Deivid, sonha em se tornar astrofísico e viajar para Marte. A programação também contou com as mostras Entremares – com filmes sobre a diáspora – Foco Nigéria e até mesmo uma seleção de filmes dedicados ao público infantil com a Mostrinha Griot.
A Cinemateca contou com oficinas mediadas pela documentarista, pesquisadora e curadora do festival, Lilian Solá Santiago, pela diretora, atriz, dubladora e apresentadora, Rejane Faria e com a diretora de arte do Griot, Bea Gerolin. Dentre as temáticas abordadas nas oficinas, estavam a produção de roteiro para documentário, atuação, conceitos de direção de arte e cenários, entre outras.
O festival ainda contou com a Mostra Competitiva de Curtas Brasileiros, com um prêmio de R$10 mil em serviços de pós-produção para o vencedor. A premiação aconteceu no dia 18 com o curta Remendo, dirigido por Roger Ghil, levando os prêmios de melhor filme, melhor montagem e melhor som. Vale destacar também os curtas Ramal, de Higor Gomes, O Ovo, de Rayane Teles e A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia, todos vencedores em demais categorias.
A edição mais recente do Griot traz como tema central o mote “Tempo de Jejum”, almejando celebrar, fertilizar e desenvolver o imaginário por meio do Cinema Negro. O próprio nome do festival é uma homenagem à cultura negra, mais especificamente à figura do griô. Griôs eram os responsáveis por preservar e transmitir de forma oral os conhecimentos, os saberes e as histórias de uma tribo, através de cantigas, poemas e contação de histórias. E o festival é exatamente sobre isso. Sobre os contadores de histórias, os griôs modernos, usando do poder e da imaginação da Sétima Arte para preservar e celebrar a história e a cultura negra para as novas gerações.