ter 09 dez 2025
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Após embates entre a direita e o conceito de soberania, Curitiba se posiciona  

Organizações civis e acadêmicas de Curitiba manifestam em defesa da soberania nacional e contra as interferências que afetam a ordem do país

Nas escadarias do Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), local conhecido por ser símbolo de manifestações marcadas na história da capital paranaense, ocorreu em agosto desse ano, o ato “Meu Brasil Brasileiro”. Coordenada pela Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB-PR), a manifestação reuniu em torno de 60 representações da sociedade civil. Os manifestantes marcharam até a praça Osório em prol da soberania nacional, pela autonomia do povo brasileiro e dos três poderes que regem a democracia do país. 

Com mais de mil manifestantes presentes – segundo afirmação da organização do evento – o ato foi marcado por cartazes e faixas em resposta às taxas impostas pelos Estados Unidos a diversos produtos nacionais. A tentativa de interferência do Presidente norte-americano, Donald Trump, trouxe discussão sobre o conceito de “soberania nacional” e levou diferentes gerações às ruas. 

O ato teve início às 17h e fim às 20h, um horário favorável para os trabalhadores que passavam pelo centro da cidade. Carol Dartora, deputada federal esteve presente no ato e salientou a importância das questões defendidas pelos manifestantes: “espero que esse ato, seja um start (início) justamente para levar esse debate as escolas e nos postos de trabalho. Para que o povo brasileiro saiba o que está em risco, o que significa o tarifaço, e esse ataque do Trump ao nosso país”. 

Entrevista com Carol Dartora (Foto: Emanuelle de Freitas)

Daniel Godoy Junior, advogado e presidente do Instituto Pró Democracia Sempre (Iprodes), entidade a frente da organização do ato afirma: “a soberania diz respeito a você ter a sua autodeterminação, você decidir sobre a sua própria vida. Então, estamos falando em questão ao país, que possamos ter uma autonomia em relação ao destino e nos interesses de nosso povo”.  

Godoy também declara que, a participação dos movimentos sindicais trabalhistas, das organizações e entidades política e dos movimentos estudantis e culturais, causam impacto na defesa da democracia, em memória dos que estiveram na luta contra a ditadura militar.  

Defesa da Soberania  

Entre as ações, que geram debate sobre a fragilidade da soberania, estão a invasão dos três poderes, nomeada “8 de janeiro”, e orquestrada para realização de um golpe de estado, por políticos e militares ligados a partidos de extrema Direita.  Entre os envoltos a trama, estão o Ex-Presidente, Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que cumpre pena de 27 anos e 3 meses, na sede da polícia Federal em brasílias, sob regime fechado. Como um dos líderes da trama, seu julgamento conta com cinco crimes, entre eles estão:  

  • golpe de Estado; 
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; 
  • organização criminosa armada; 
  • dano qualificado pela violência e ameaça grave.   
  • deterioração de patrimônio tombado. 

 Outra consequência para a defesa do país se dá pelo “tarifaço”, que refletiu em taxações de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, agora reduzida a 40%, causada por motivos ideológicos e políticos, como o julgamento de Bolsonaro, ainda em andamento na época, afetando as empresas e a economia do país.  

Além disso, implementação da Lei Magnitsky – utilizada como punição aos estrangeiros que feriram gravemente os direitos humanos – com sanções que bloqueiam bens e impedem qualquer transação monetária entre empresas dos EUA e o Ministro do STF, Alexandre de Moraes. 

UFPR e Meu Brasil Brasileiro  

“Não podemos estar subordinados a uma potência ou outra, a interesses outros que não os interesses nacionais.” 

Mário Messagi Júnior, chefe de gabinete da UFPR 

A mobilização “Meu Brasil Brasileiro” foi realizada após a ação “Soberania não é apenas um conceito jurídico; é a expressão mais concreta da liberdade de um povo de decidir seu próprio destino”, organizada semanas antes pelo movimento estudantil da UFPR, também ocorreu no Prédio Histórico, preenchendo todo o Salão Nobre com cerca de 400 pessoas. 

Mário Messagi Júnior, professor e chefe de gabinete da reitoria da UFPR, detalha que a falha na defesa da soberania, pode afetar diretamente a produção do ensino e no desenvolvimento da pesquisa para os acadêmicos da instituição: “precisamos ter soberania na manutenção e na manipulação dos nossos dados, das nossas pesquisas. Não podemos estar subordinados a uma potência ou outra, a interesses outros que não os interesses nacionais” pontuou.  

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