Domingo nos parques de Curitiba faz parte da cultura identitária de seus moradores e traz bem-estar

Do Barigui ao Botânico, a preferência pelos parques reflete uma busca crescente por espaços verdes.

Por Luana Siqueira Perroni

Parque Barigui. Foto: Lucas Bonde

Curitiba, amplamente reconhecida por sua extensa rede de parques — que somam 34 espaços –, consolidou ao longo das décadas uma cultura de lazer e bem-estar ao ar livre, onde os domingos ganham destaque. Longe dos espaços fechados, essa prática se tornou um importante hábito para aqueles que desejam passar um final de semana tranquilo.

Raphael Luis Matheus Batista, pesquisador na área de engenharia florestal e mente por trás da empresa “Guia da Floresta”, afirma ter vindo para Curitiba por causa dos parques.“ No mestrado eu queria estar numa cidade em que essa cultura de parques é valorizada, então eu vi em Curitiba, uma das cidades brasileiras que tem isso mais bem desenvolvidas.”

Os parques são ótimos locais para o desenvolvimento tanto pessoal quanto social da população e, de acordo com o pesquisador, são os espaços livres de lazer, como os equipamentos para exercício, as pistas, quadras e parquinhos, os principais elementos que acabam chamando a atenção do público. Além disso, Raphael destaca que esse costume é benéfico, pois diminui o risco de problemas cardíacos e mentais, como o estresse e o burnout, além de capacitar serviços ecológicos e uma melhor qualidade de ar.

 “ No mestrado eu queria estar numa cidade em que essa cultura de parques é valorizada, então eu vi em Curitiba, uma das cidades brasileiras que tem isso mais bem desenvolvidas.”

Raphael Luis Matheus Batista

A escolha em comum, que lota e enche os parques de Curitiba, principalmente nos dias mais quentes do verão, demonstra como a população está atrás de alternativas mais saudáveis e próximas à natureza, escolhas que prezam por uma melhor qualidade de vida.  Para muitos, como o estudante Luigi Favaro, a escolha de frequentar os parques, principalmente nos domingos, é motivada por uma busca pela paz que não se pode encontrar na rotina agitada ao longo da semana. “Gosto de fazer caminhadas, observar a paisagem. Traz paz e tranquilidade, me ajuda a relaxar.”, afirma Favaro.

“Gosto de fazer caminhadas, observar a paisagem. Traz paz e tranquilidade, me ajuda a relaxar.”

Luigi Favaro, estudante

Apesar de a política pública ser uma importante motriz para que este costume tenha se desenvolvido na cidade, trazendo investimento e boas práticas em diversos setores dos parques da cidade, como no urbanismo ou na ecologia, com a demanda de um público que cresce cada vez mais, levanta-se a necessidade de contínuas melhorias na infraestrutura desses parques para que, com o uso público bem feito e frequente, evite-se a vandalização ou o abandono desses espaços.

É possível, portanto, notar que o domingo curitibano nos parques é mais do que apenas um passatempo, esse costume envolve tanto um aspecto cultural, quanto social, ajudando a construir uma identidade à cidade e desenvolver um sentimento de pertencimento aos seus moradores. “O curitibano, ele tem que ter isso, ele tem que ter os parques como seu patrimônio e ninguém pode tirar isso dele”, comenta Raphael Batista.

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