No século XXI, grandes ondas de refugiados passaram a movimentar as configurações sociopolíticas mundiais. Essas pessoas saem à força de suas localidades, seja por perseguição religiosa ou étnica, guerras ou qualquer adversidade que não permita que permaneçam onde residem. Em 2023, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu o tema “Esperança longe de casa: Por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas” para conscientizar a respeito da inclusão e segurança das pessoas que foram forçadas a deixar seu país.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), conta sobre a proposta, confira:
“Incluir os refugiados nas comunidades onde eles encontraram segurança depois de se deslocar em razão de conflitos e perseguições é a maneira mais eficaz de apoiá-los no recomeço de suas vidas e permitir que contribuam para os países que os acolhem. Essa também é a melhor maneira de prepará-los para voltar para casa e reconstruir seus países, quando as condições permitirem que o façam de forma segura e voluntária, ou para prosperar se forem reassentados em outro país.”
Fonte: Agência da ONU para Refugiados (ACNUR)
O deslocamento desses grupos não costuma ser legalizado, e por isso é bastante perigoso. No mediterrâneo, muito Africanos que partiam à Europa em pequenas embarcações sobrecarregadas naufragaram antes de chegar aos seus destinos, no Velho Continente. De acordo com dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Turquia é o país que mais recebe refugiados, desde os anos 2010. Ao todo, cerca de 3,6 milhões de pessoas já se deslocaram ao país.
BRASIL
Mesmo que o Brasil não esteja hoje entre os 5 países que mais acolhem refugiados, milhares vieram para cá. Dados da ACNUR mostram que “o Brasil recebeu solicitações de pessoas provenientes de 117 países, sendo a maioria de venezuelanos (78,5%), angolanos (6,7%) e haitianos (2,7%).”
O estado do Paraná é o sétimo na lista. Regiões mais ao sul do Brasil possuem uma contradição: apesar de serem historicamente mais xenofóbicas e preconceituosas, elas são as mais procuradas por refugiados e imigrantes. Mesmo assim, ações sociais são tomadas em Curitiba para que o acolhimento cultural e social seja melhor viabilizado.
PBMIH – Português Brasileiro para Migração Humanitária
O PBMIH é um projeto idealizado e realizado pelo curso de Letras da UFPR. Um de seus objetivos é auxiliar pessoas que vieram ao Brasil em condições de refugiadas ou imigrantes a começarem a vida no Brasil.
A Profª. Drª. Pollianna Milan é titular do Departamento de Linguística e Literatura (DELLIN) do curso de Letras da UFPR. Ainda, ela coordena as ações do projeto PBMIH. O Português Brasileiro para Imigração Humanitária acolhe pessoas de todo o mundo que vieram à Curitiba, sejam imigrantes ou refugiados, e os ensinam gratuitamente a aprender o português brasileiro.
Polliana comenta que, em casos de choque cultural, você mantém sua identidade. E, de certa forma, nossa identidade é nossa cultura. Por isso, não há como trocar de cultura. Para a professora, o que se trabalha no PBMIH é “uma negociação de sentido, uma explicitação da cultura curitibana, que muitas vezes diferem das outras culturas brasileiras. Eles não precisam aceitar esta cultura, mas sim entenderem os hábitos por aqui.”
Muitas vezes, refugiados e imigrantes são apenas condições burocráticas, uma vez que barreiras ou caminhos culturais podem aceitar ou rechaçar pessoas que precisam sair de suas terras de origem. Hoje, apesar de haver um mundo cada vez mais polarizado, grupos, pessoas, individualidades promovem globalmente – e também às suas maneiras, humanidade.