Exercícios físicos se mostram aliados à saúde independente da estação do ano

Mesmo no inverno, a atividade física é uma prática essencial para um organismo saudável

Atividade física pode gerar uma grande melhoria na qualidade de vida da população, porque atua tanto na saúde física quanto na mental.
Atividade física pode gerar uma grande melhoria na qualidade de vida da população, porque atua na saúde física e mental.

Todo ano, a chegada da estação mais fria traz desafios à prática de exercícios físicos. O inverno é conhecido pelo agravamento de sintomas alérgicos, dores articulares e, até mesmo, da depressão e ansiedade. Segundo Erico Monteiro, psicólogo da saúde, a prevalência desses transtornos psicológicos nesta época do ano está relacionada com  a incidência solar.

Por esse motivo, os exercícios mesmo no tempo frio são uma prática extremamente recomendada. “O corpo humano necessita da luz solar para gerar vitamina D, assim como hormônios relacionados ao bem-estar. Realizar exercícios físicos faz com que a pessoa libere hormônios positivos, como dopamina”, explica.

Além disso, o inverno é um período propício para maior sensibilidade à dor e rigidez nas articulações. Uma forma de fazer com que esse impacto não atrapalhe a prática de atividade física é — de acordo com Victor Monteiro, fisioterapeuta da área de traumato-ortopedia e geriatria — utilizar roupas mais quentes e realizar aquecimentos.

A atividade física funciona como antídoto contra uma série de doenças. Foto: Daniela Romasko

Daniela Romasko Ferreira é formada em Gestão da Informação pela UFPR e praticante de diversos tipos de esporte ao ar livre. Ciclismo urbano, cicloturismo e cicloviagens — além de outras atividades como o camping e trilhas em morros — são algumas das formas que ela encontrou para se manter saudável.  

“Minhas atividades físicas são na verdade minha vida, meu lazer e meu meio de transporte, assim como também é uma forma de aliviar o estresse e a tristeza do dia a dia”, conta a aventureira. Daniela possui Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e também está no espectro autista (TEA), além de sofrer de problemas respiratórios. Então, encontrou nos esportes uma forma de regulação emocional. “Não sobrevivo sem, fico irritada, depressiva e a chance de ter crises de disfunção executiva quando fico um período de tempo sem essas atividades é maior”.

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Daniela Ferreira, aproveitando o por do sol após uma trilha. Foto: Arquivo Pessoal

Ela comenta que, para alguns esportes que pratica, a estação mais  fria pode também ser uma aliada. A temporada de montanha é no inverno devido a menor quantidade de tempestades e animais peçonhentos e menor risco de insolação e desidratação. “Eu me aqueço me movimentando, caminhando, subindo, descendo, com uma roupa adequada. Quando subo montanha, meus amigos sempre levam fogareiro para prepararmos algo quentinho para comer”, conta.

No inverno é muito mais difícil.

No verão, em outras estações, dias que o clima não está tão frio, parece que dá uma motivada melhor para fazer as coisas.

Durante o inverno não dá vontade de sair da cama, dá vontade de ficar no quentinho, na zona de conforto, assistindo TV, enfim. E quando dá pra fazer os exercícios parece que demora mais pra pegar no tranco, porque aí você vai cheio de blusa, começa todo travado e daí esquenta muito rápido, é “chatão”.

Amanda Dresch, 25 anos, psicóloga, pianista e praticante de musculação.

No inverno, a preguiça é maior, principalmente quando você precisa ir pra academia às 6 da manhã ou à noite pois são os horários mais gelados. Sabemos que na época de frio a gripe e as viroses vem com tudo. Tomar água e se hidratar, cuidar da alimentação são essenciais. Mas depois que você está lá se exercitando esquece do frio e até se orgulha de não ter deixado de ir. Quem gosta de exercícios independente da condição do tempo, frio ou calor, sol ou chuva está lá, firme e forte!

Joyce Schultz, 35 anos, gerente financeira. Pratica musculação, muay thai e joga futebol.

Sempre gostei de fazer exercícios físicos, acho que eles me ajudam a encontrar uma maior estabilidade mental, principalmente controlar minha ansiedade. Já pratiquei diferentes modalidades de exercícios ao longo dos anos. Hoje, como estou trabalhando bastante e estudando, fica mais difícil conseguir seguir uma regularidade tão grande em ir para a academia. Por isso, comprei uma bicicleta para utilizar como meio de transporte e conseguir ao mesmo tempo me exercitar sem precisar separar um tempo para isso. Ainda assim, participo de um grupo de corrida uma vez por semana e tento correr sozinha todos os meus finais de semana.

O inverno em si não me atrapalha tanto. Prefiro até um pouco mais de frio do que o verão para realizar exercícios. A grande diferença para mim é o cuidado a mais com roupas. Não vou usar roupas que entrem muito vento, mas, ao mesmo tempo, não tão quentes a ponto de chegar muito suada em algum lugar. O maior problema para mim na verdade é a chuva. Como hoje pratico a maior parte dos meus exercícios ao ar livre, acabo tendo mais dificuldade com isso, uma semana chuvosa diminui muito minha prática de exercícios.

Ana Carolina Costa, 30 anos, estudante de Design Gráfico e ciclista.

Como manter a rotina de exercícios no inverno?

Exercício físico bom é aquele que você gosta e pode ter de forma continuada, independente da estação”, afirma o fisioterapeuta Victor Monteiro, reforçando a importância de estar bem com a modalidade que pratica. Ele comenta que podem ser feitas substituições ao longo do tempo, como trocar a caminhada por uma esteira, a calistenia por academia padrão, dependendo bastante daquilo que caiba no orçamento e gosto.

Outras recomendações profissionais e de quem pratica esportes no dia-a-dia são um bom alongamento, aquecimento e iniciar com movimentos leves, principalmente em pessoas idosas que possam ter uma maior rigidez nessa estação. Também utilizar as roupas adequadas, alimentação saudável e  um bom consumo de água.

Daniela também destaca a troca e a amizade com outras pessoas dentro da prática física. “Eu por exemplo não sou profissional em nenhuma das atividades que pratico, então sempre que converso com as pessoas que estão nos grupos que participo aprendo algo novo, é vivendo e aprendendo”, finaliza a ciclista.

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