ter 23 abr 2024
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Feministas fazem vigília em apoio à Marcha Nacional das Vadias

No último sábado (25) aconteceu a Vigília Feminista na Praça 19 de dezembro, a Praça do Homem Nu. A manifestação foi um ato em apoio à marcha nacional que aconteceu simultaneamente em algumas capitais do Brasil como São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre, durante todo o final de semana. A Marcha em Curitiba optou por não realizar o evento junto com as outras capitais para manter a data tradicionalmente em Julho. Segundo as organizadoras da Marcha, o mês é  julgado ser o melhor para execução da passeata devido ao clima curitibano que, apesar de frio, a probabilidade de chuva é muito menor.

A vigília acontece todos os anos para criar um maior contato com o público, falar sobre a marcha nacional e sua importância. Uma das protagonistas do movimento em Curitiba e organizadora da marcha, Ludmila Nascarellas, acredita na relevância do pré-evento . “Nós não achamos justo não sair e não preparar nada, nem trazer essas questões pra debate”, afirma. Para a feminista e também organizadora da Marcha, Thayz Athayde, a vigília tem, também, um sentido de recordar as vítimas de violência. “A ideia da vigília é apoiar a marcha e relembrar as vítimas da violência, lembrar que elas existem ainda e também de lançar a marcha das vadias desse ano”, diz Thayz .

Bandeira da Marcha das Vadias
Foto: Claudia Tavares

O grito “Eu sou mulher, não abro mão do feminismo e da revolução” foi a abertura do encontro que teve declamações de poesia, encenações, velas acesas e enfeites, como representações simbólicas, no local e na estátua da mulher nua. Ludmila ressalta ainda a importância da escolha da praça para a manifestação. “Ela tem uma identificação muito grande dentro de um simbolismo de um homem totalmente empoderado, grande, e a mulher ao seu lado sentada, submissa. Fazer com que o homem e a mulher se deem as mãos aqui é muito importante pra nós”, esclarece a organizadora.

Feministas acenderam velas em memória às vítimas da violência
Foto: Claudia Tavares

Com 121 confirmados no evento, divulgado através de uma rede social, o frio espantou um pouco as pessoas, que somaram perto de trinta. Mas a protagonista da marcha afirma que o movimento não se preocupa com o número de presentes. “A Marcha se desenvolve sozinha, não temos nenhum medo de as pessoas não comparecerem. A marcha das vadias de Curitiba ano passado foi a marcha que mais teve publico no Brasil, de 5000 pessoas”, finaliza Ludmila.

O tema da Marcha 2013 é “Desconstruindo o Machismo dentro de cada um de nós” e tem data marcada para o dia 13 de julho, sábado, a partir das 11 horas na Praça 19 de dezembro.

Mobilizações 

Esse ano o público alvo da Marcha são as periferias, as pessoas mais afastadas. A ideia é sair do centro e levar o papel da marcha para mulheres de todos os bairros. Por ser um movimento social contemporâneo, o principal meio de comunicação entre as coordenadoras e o público é a internet. A feminista e organizadora, Silvana Rodrigues, diz que é fundamental ir até os locais, as escolas, os bairros, para trazer essas jovens. “Essa comunicação mais pela internet acaba não trazendo todo mundo, e o público que a gente quer também não tem muito acesso”, explica Silvana. Além dos protestos, a marcha realiza outros projetos como oficinas, palestras, debates e reivindicações de políticas públicas para as mulheres.

Com a proximidade do evento, a divulgação para a Marcha ganha força e chega, inclusive, nos terminas de ônibus e dentro dos coletivos. “Depois do feriado vamos lançar nossos cartazes, as coisas serão mais visuais na internet, as pessoas vão começar a ver a intervenção nas ruas”, conta Thayz. Mas o trabalho não para depois da manifestação. “A gente está nas ruas, nas escolas, o ano inteiro falando de gravidez na adolescência, de feminização, da AIDS e muitos outros pontos em pauta pra serem trabalhados”,completa a organizadora Ludmila.

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