Festival de Curitiba promove acesso a histórias clássicas

Textos com séculos de idade são apresentados e promovem o contato do público através da atuação, música e dança

Nesta 32ª edição, o Festival de Curitiba reúne os clássicos da literatura com a cena teatral. As atrações do Fringe permitem que a adaptação da secular escrita passe a ser representada por meio da atuação, música e dança como forma de conectar o público com obras como as de João Cabral de Melo Neto e William Shakespeare.

Trazer as histórias literárias para o palco não apenas celebra a riqueza da literatura, mas também oferece um novo olhar sobre temas universais que continuam a ressoar com o público atual. Além de ser uma oportunidade única de revitalizar as criações, torná-las acessível para uma plateia diversificada e impressionar até aqueles que não estão acostumados a assistir espetáculos teatrais.

Adriano Alves, já assistiu a mais de três espetáculos no Fringe e comenta sobre a chance de conseguir presenciar os clássicos saindo do papel. “Muitas pessoas que não conhecem os livros podem ter o primeiro contato no teatro e se aprofundar depois”, destacou o espectador.

Esse é o intuito da Trupe Ave Lola ao promover a exibição da comédia romântica shakespeariana, ‘Sonho de Uma Noite de Verão’. Sob direção de Ana Rosa Tezza, a escrita, que originalmente se passa em Atenas no século XVI, é trazida à cena com toques de contemporaneidade. A combinação entre linguagem teatral popular e música ao vivo foi a fórmula utilizada para lotar o ‘teatro tenda’ no último domingo.

“Popularizamos a linguagem através da peça. Temos a imagem, o som, a palavra dita, e isso ativa muito a curiosidade para a leitura. Um clássico puxa o outro e as pessoas vão permeando a história da literatura e do próprio teatro”

Kauê Persona, ator de uma das adaptações.

Adaptação do clássico de Shakespeare, ‘Sonho de Uma Noite de Verão’, apresentado pela Trupe Ave Lola. Fotos: Izabel Forquim

O espetáculo ainda será exibido no Teatro Ave Lola, nos dias 3 e 4 de abril, às 10h00 e 5 e 7 de abril, às 19h00. Para Ana Rosa, um dos maiores contratempos em torno de toda a produção, é propor novas abordagens e meios de chamar a atenção do espectador para uma arte que, ao longo dos anos, já possuiu inúmeras narrativas diferentes. “Reproduzir um clássico significa fazer algo que já foi mostrado muitas vezes, e esse é o maior desafio”, declarou a diretora teatral.

Outro mecanismo utilizado para atrair um público diversificado, é o sistema Pague Quanto Vale, uma modalidade que propõe democratizar o acesso ao teatro e provocar reflexão sobre o valor da cultura. Dentro do Fringe, cerca de 55 espetáculos podem ser vistos por meio de contribuição espontânea, incluindo as apresentações do Ave Lola, cuja companhia é uma das entusiastas desta proposta na capital. “O teatro é super importante para que mais pessoas tenham acesso às histórias”, destaca a pedagoga e telespectadora de ‘Sonho de Uma Noite de Verão’, Bruna Juliane.

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Ana Rosa Tezza frisa sobre a importância do ‘Pague Quanto Vale’ para o meio artístico
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Elenco combina a escrita com linguagem teatral em tenda montada no palco do Teatro Ave Lola. Vídeo: Maíra Becker

A literatura dentro do Festival

O Gufo Coletivo Teatral traz na programação de espetáculos de rua a obra adaptada ‘Na Toada do Coração – O Pequeno Príncipe’, originalmente um livro do autor francês Antoine de Saint-Exupéry.

A peça dirigida por Adriana Sttomaior será apresentada em diversos pontos da cidade e na região metropolitana. Nas datas abaixo:

04/04 – Praça Bento Munhoz da Rocha Neto, em Campina Grande do Sul às 10h30

05/04 – Teatro da Vila na CIC às 15h00

06/04 – Bebedouro do Largo da Ordem às 18h00

07/04 – Praça Generoso Marques às 15h00

“Que o teatro seja cada dia mais acessível, popular e tateado pelas pessoas”, publicou o coletivo em seu Instagram @gufocoletivo.

A literatura brasileira não ficou de fora desta programação. ‘Morte e Vida Severina’, de João Cabral de Melo Neto, é adaptado pela companhia de teatro Sky Artes, sob direção de Caio Fabio dos Santos e Eduardo Fabio Borges dos Santos.

Esta peça será encenada nos dias:

01/04 – Ruínas de São Francisco às 20h00

03/04 – No Teatro da Vila na CIC às 10h30

Já o clássico da literatura, ‘Oliver Twist’ também faz parte do Festival. O romance de Charles Dickens é adaptado ao teatro da maneira mais acessível de todas: em praças e sessões gratuitas nas Ruínas de São Francisco.

02/04 – Ruínas de São Francisco às 11h00

03/04 – Ruínas de São Francisco às 20h00

04/04 – Ruínas de São Francisco às 15h00

Mais informações podem ser encontradas na programação oficial do Festival de Curitiba, dentro da sessão dedicada ao Fringe. Para acessar, basta clicar aqui.

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Por Erika Boslooper, Izabel Forquim e Maíra Becker

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