seg 02 dez 2024
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HQ “Revolta!” ganha páginas impressas e provoca discussão sobre a política nacional

Antonio Eder, André Caliman e Walkir Fernandes batem papo sobre quadrinhos na mesa redonda que aconteceu na Reitoria da UFPR. Foto: Maíra Roesler

O primeiro contato do público com a história em quadrinhos “Revolta!” foi através do blog do autor André Caliman. Mas o que começou de forma despretensiosa, no mundo online, cresceu e ganhou força. Com a influência direta dos leitores na publicação, Caliman lançou sua obra na última terça-feira, dia 11. O evento aconteceu na Reitoria da UFPR e contou com mesa redonda com a presença de Antonio Eder e Walkir Fernandes, autores de “Cidade Sorriso dos Mortos Vivos”.

Formado pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, o paulista André Caliman é hoje professor de quadrinhos da Gibiteca de Curitiba. “Revolta!” tem o propósito de incitar a reflexão sobre as questões da política atual. O primeiro trabalho de André como roteirista e ilustrador articula personagens tipicamente curitibanos. Ao longo da HQ, o autor promove a destruição moral desses personagens, que se revoltam com o que veem nos noticiários. Confrontar a cultura de Curitiba com a realidade da corrupção e desestabilizar o leitor são algumas das premissas do livro.

O que chamou a atenção foi a coincidência de, em meio às publicações de “Revolta!”, terem eclodido as manifestações de julho. Sobre esse ponto, Caliman contou um pouco sobre como elas foram incorporadas. Ainda com a proposta reflexiva, a realidade acabou se misturando à ficção.

A provocação crítica sobre o panorama da corrupção no Brasil é uma tentativa de inserir o leitor, tanto na história quanto na própria temática. E deu certo. A participação ativa do público foi o que possibilitou a publicação do livro.  O projeto foi colocado no site de financiamento coletivo Catarse, e assim obteve os recursos para a concretização. “Foi meio surreal. Eu não tinha nem terminado o último capítulo e as pessoas já estavam me cobrando o livro impresso”, conta Caliman.

Sobre a finalização do projeto, André comenta sobre como é difícil sentir que o trabalho está realmente completo. “A gente nunca se sente satisfeito por muito tempo, a sensação de satisfação acontece assim que você pega, cheira o livro. Mas essa sensação logo passa e começam a surgir ideias, tanto para futuras obras quanto para a própria obra que você ainda está divulgando”.

Se o autor se sente inseguro quanto a composição da HQ, esse sentimento com certeza não se reflete no público. “Ainda não terminei de ler, mas é um livro muito intrigante e gostoso de ler. Muito bem feito”, conta Maria Emilia, que acompanhou o evento.

O evento finalizou com uma encenação com a participação do público. Antonio Eder dirigiu uma cena apocalíptica com a participação de três voluntários da plateia. E foi com muito humor, e um livro pra cada um dos voluntários, que os artistas encerraram as discussões e deram início à venda das obras.

 

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