Durante a semana de 4 a 8 de dezembro, a 21ª Jornada de Agroecologia, realizada no Centro Politécnico da UFPR, foi palco para uma rica variedade de produtos agroecológicos, entre eles, destacam-se os picolés artesanais feitos com frutas da região, cultivadas de forma agroecológica e sustentável.
Pensando economia popular e solidária
Ao promover o diálogo entre movimentos sociais e populares do campo, a Jornada Agroecológica ressaltou a importância de se construir uma economia solidária, fortalecendo a produção local e a comercialização entre produtor e consumidor, buscando assim um modelo econômico mais humanizado, em contrapartida, da economia capitalista tradicional.
O produtor Henrique José, dos Sabores da Agrofloresta em Laranjeiras do Sul, destaca a importância de se consumir alimentos orgânicos. Ele ressalta que “tem sido cada vez mais difícil produzir um alimento de qualidade; por isso, é muito importante prestigiar e consumir nossos produtos, isso gera saúde e renda para que as famílias no campo continuem produzindo”.
A busca por sustentabilidade ambiental a partir da utilização dos recursos naturais, encontra na economia solidária um aliado estratégico, promovendo a produção local, o consumo consciente e o fortalecimento das comunidades.
Menos lixo, mais vida
Henrique José também exemplifica a sustentabilidade a partir de um copo de fécula de mandioca: além de ser comestível, assim como a colher que contém, não gera lixo e ainda promove o consumo de um alimento agroecológico, sem venenos e com pouco açúcar. Isso elimina resíduos plásticos e encerra a cadeia de sustentabilidade de maneira completa. Relata:
“Nossa ideia é ajudar a preservar essa diversidade, mas também transformar em renda para as famílias locais“
Henrique José, produtor
Esses alimentos orgânicos, como frutas, legumes e verduras, são mais nutritivos e contribuem para a sustentabilidade do campo, garantindo a renda de famílias de agricultores. Além disso, vale destacar que essa prática respeita a natureza, interferindo o mínimo possível em seus processos. A ideia é produzir alimentos de uma forma natural, mantendo a diversidade nas plantações. Logo são livres de agrotóxicos, ou qualquer coisa que os modifique.
Isso significa, oferecer alimentos mais seguros e nutritivos, ao mesmo tempo que fortalece as comunidades no campo, preserva o meio ambiente e ajuda a enfrentar os desafios das mudanças climáticas, valorizando o saber tradicional de pequenos agricultores e a relação equilibrada com a natureza.
Ao final da 21ª Jornada de Agroecologia, a estimativa foi uma quebra de recordes de público ao reunir mais de sete mil pessoas em cinco dias de atividades. Com uma programação diversificada, a Jornada ofereceu uma experiência única para todos os participantes que puderam usufruir de uma feira de produtos agroecológicos, oficinas práticas, shows e palestras. A Jornada de Agroecologia acontece todos os anos, sempre com novas oportunidades de aprendizado e troca de experiências.
Ficha Técnica
Reportagem: Naomi Mateus e Thais Castro
Orientação: Cândida de Oliveira