A primeira edição do Festival de Inverno de Curitiba atraiu, durante seus cinco dias de duração, diversas pessoas ao Largo da Ordem. O evento, realizado entre os dias 9 e 13 de julho, contou com atrações artísticas, culturais e gastronômicas. Idealizado há mais de um ano pela rede empresarial do Centro Histórico em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o Festival teve como objetivo incentivar o comércio da região.
A rede já havia preparado outros eventos que, aos poucos, entraram para o calendário da cidade, como o “Natal Divertido” e o “Dia das Crianças Divertido”. O Festival de Inverno, contudo, trouxe uma nova dinâmica à capital. Assim como o já conhecido Festival de Inverno de Antonina, que também acontece em julho, o evento teve como pretensão criar uma tradição em Curitiba, uma cultura voltada ao frio. Segundo Lúcia Casillo, diretora do Solar do Rosário e uma das idealizadoras, o Festival tem a cara da cidade. “Somos a capital mais fria do país e não tínhamos um festival de inverno, coisa que até cidades do nordeste já têm”.
Novidades
O Festival trouxe algumas inovações à cidade, como palestras diárias voltadas à gastronomia, apresentações folclóricas, atividades para as crianças, oficinas e uma dinâmica cultural voltada para a rua. Durante a programação, houve uma corrente de shows musicais nas sacadas dos prédios do Centro Histórico de Curitiba.
Além disso, aconteceu uma feira gastronômica com comidas criadas especialmente para os dias de atividade e para o inverno curitibano. A ideia vem de Tiradentes – Minas Gerais. A cidade, conhecida por sua feira de “comidinhas” temáticas, recebeu os restaurantes paranaenses “Bar do Alemão”, “Brasileirinho” e “Oriente Árabe”, que foram apresentar a gastronomia curitibana, gostaram do que viram, e aplicaram aqui a ideia.
A feira gastronômica com um tema pré-estabelecido é nova na cidade. O esperado é que, nas próximas edições, a novidade permaneça durante todos os dias no Largo da Ordem, o que não foi possível devido a desentendimentos com a Prefeitura de Curitiba. Feijão, pinhão e receitas quentes, entretanto, não faltaram na programação.
Movimento
A movimentação no primeiro dia do Festival foi grande. Os restaurantes viram suas amostras de pratos especiais acabarem rapidamente durante a feira. No entanto, ainda é difícil mensurar se o público se igualou ao total aguardado. Segundo o gerente do “Bar do Alemão”, Jorge Tonatto, o aumento esperado era de aproximadamente 15% no total de vendas, ideia reforçada por Lucia. “Nós esperamos que o público geral, durante todo o Festival, supere o de outros eventos prévios, como o ‘Natal Divertido’ e o ‘Dia das Crianças Divertido’, que obteve circulação média de 5 mil pessoas”, afirma a diretora do Solar do Rosário.
Por outro lado, o dono do bar “Brasileirinho”, Cícero da Silva, acredita que o movimento pode ser ainda muito maior. Para ele, “a movimentação não foi, ainda, tão intensa, pois este é o primeiro evento nesta linguagem. Se houver uma preparação maior e um apoio prévio da mídia, a ideia será fortalecida e ganhará maior adesão do curitibano”, acrescenta.
Segundo a idealizadora Lúcia, Curitiba tinha o inverno, mas não tinha a cultura. “O curitibano não sai de casa no frio, e nós vamos incentivar isso”, afirma. Para a educadora visual Lu Moreira, este tipo de evento é o que estava faltando na capital paranaense. “Os espetáculos são maravilhosos, estou me sentindo na Europa. Com certeza voltarei nos outros dias e nas próximas edições”, conta. O Festival, que terá outras edições, vai tentando, aos poucos, ganhar o curitibano e fazer jus ao inverno da cidade. Mas uma coisa é garantida: o frio, em Curitiba, não vai faltar.