Vencer não é o bastante

Após o rebaixamento em 2009 e o "exí­lio" em Joinville em 2010, a torcida readquiriu o orgulho em ser coxa-branca
Foto: Guilherme Mattar

Indiscutí­vel. A fase do Coritiba anima seus torcedores. Já são 17 vitórias consecutivas. O segredo? Um grupo entrosado, uma parceria de sucesso (que rendeu a vinda de atletas os quais corresponderam em campo), um quadro de sócios em expansão, uma diretoria firme e uma torcida que, após o rebaixamento em 2009 e o “exí­lio” em Joinville em 2010, readquiriu o orgulho em ser coxa-branca.

Toda essa conjuntura deveria contribuir para melhorar a imagem tanto do Coritiba quanto do futebol paranaense Brasil afora. Deveria…

Na prática, o que se tem visto é um descaso por parte da mí­dia nacional em relação aos ótimos resultados do clube. Nas poucas mesas redondas em que é mencionado, o sucesso alviverde é visto como fruto dos fracos adversários enfrentados pelo time. Analisemos: o Atlético-PR eliminou o oitavo colocado do Paulistão, Paulista de Jundiaí­, na Copa do Brasil, em apenas um confronto. O mesmo Paulista derrotou o badalado São Paulo no estadual. Já o Flamengo de Vanderlei Luxemburgo, também invicto no ano, empatou com os fortí­ssimos Cabofriense e Madureira no Campeonato Carioca, equipes que sequer participam da atual edição da Copa do Brasil.

E então, o que é preciso para que o Brasil reconheça a força do Paraná?

Uma boa campanha no estadual ajudaria. Bem, o Furacão emplacou uma série de 12 vitórias seguidas no Paranaense de 2008. Mesmo assim o burburinho foi pequeno. Talvez um tí­tulo nacional? Temos seis da Série B e outros dois da Série A no estado. Um desempenho convincente na Copa do Brasil? O Coritiba chegou às semifinais em três oportunidades, a última em 2009. Parece não ser suficiente.

Jogadores figurando na Seleção Brasileira? Os pentacampeões Kleberson, Ricardinho e Rogério Ceni estão aí­ para contar a história, mas são lembrados com certa dificuldade. Boas campanhas em competições internacionais? O Atlético-PR foi vice-campeão da Taça Libertadores da América em 2005 e semifinalista da Copa Sulamericana em 2006, campanhas esquecidas com o tempo. Um estádio moderno? A Arena da Baixada é modelo de estrutura entre os estádios brasileiros. Nada de mais para a imprensa esportiva.

Pode ser que os comentaristas tenham razão e a boa fase coxa-branca não perdure durante o Brasileirão 2011. A questão não é essa. É saber que nosso estado não ganha destaque na mí­dia esportiva pelos bons resultados conquistados no presente e no passado. É ver que ele só vira manchete quando um treinador perde seu cargo sem motivo aparente, como o caso de Geninho, demitido no dia 04 de abril. É descobrir que vencer já não é o bastante para quem está fora do “eixo”.

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