Ohaiô, Japão!

Ao longo das próximas três semanas, o Jornal Comunicação publicará a coluna Janela para o Japão, com as experiências da repórter Luiza Guimarães no programa de intercâmbio cultural promovido pela UFPR em parceria com a PUC-PR e o Instituto KAKE de Okayama, Japão.

Nesse programa, alunos da UFPR e da PUC-PR se juntam a alunos americanos das Universidades de Findley e Wright State para viver a experiência da cultura japonesa 24 horas por dia durante um mês. Os estudantes representam suas universidades em eventos oficiais, como visitas aos gabinetes de prefeitos e governadores em diversas cidades do Japão e compartilham alimentos e cultura com os membros do Instituto KAKE.

2015 é o 28o ano de parceria entre a UFPR e o Instituto KAKE. Em agosto, vai ser a vez dos japoneses conhecerem Curitiba e representarem seu país na PUC-PR e na UFPR.

Bairro Shinjuku, em Tóquio
(Foto: Luiza Guimarães)

São cerca de 26 horas de voo para sair de Curitiba e chegar em Tokyo, capital do Japão. Na prática, você passa três dias dentro do avião por causa de fuso horário. E se não estiver sentado na janela então, só vai ver a luz do dia quando chegar ao outro lado do mundo.

É tempo o suficiente sem fazer nada para você começar a se perguntar como é aquele país lá no Oriente, terra dos animes, dos robôs e dos trens mais velozes do mundo. Quando eu cheguei no Japão, junto ao grupo de brasileiros da PUC-PR e da UFPR, tudo o que queria era um bom banho e minha cama. Deixei a curiosidade para o dia seguinte.

O Japão é muito parecido com o Brasil, à primeira vista. As estradas são estreitas e rodeadas por montanhas cobertas pela vegetação, que lembra bastante a Mata Atlântica no caminho para as praias. Em Shinjuku, bairro famoso de Tóquio, as pessoas moram em prédios baixos que não se destacariam no Bacacheri, não fosse os nomes escritos em caracteres incompreensíveis.

Mas daí você vira a esquina e dá de cara com uma construção ultra moderna, com o cruzamento de pedestres mais movimentado do planeta, ou com o trem-bala Shinkansen, deslizando até a próxima estação, uma cidade do interior com pouco mais de meio milhão de habitantes.

É nessa cidade, Okayama, que fica o Instituto KAKE, universidade irmã da UFPR, que há vinte e oito anos recebe alunos brasileiros com toda a hospitalidade tradicional da cultura japonesa.

Arquitetura japonesa em Kurachiki, uma cidade com centro histórico bem conservado
(Foto: Luiza Guimarães)

A ideia do programa é transmitir a esses alunos os costumes e tradições do Japão, como danças, comidas típicas e hábitos de convívio através do contato entre os alunos visitantes e os alunos do Instituto KAKE.

O programa é pensado para que possamos conhecer ao máximo o país. Em apenas dois dias, conhecemos o prefeito da cidade, o governador da província e três campus do Instituto KAKE.

Vimos peixes de água salgada e água doce nadando em um mesmo aquário, parte de um projeto que busca desenvolver um novo tipo de água; aprendemos a moldar vidro, a escrever em japonês e assistimos a uma apresentação de artes marciais, tudo realizado pelos alunos do Instituto.

Alunos que lutam com espadas de samurais, vestem quimonos floridos, cumprimentam a todos com uma reverência respeitosa e ao mesmo tempo te adicionam como amigo no Facebook através de um celular de última geração. Tudo isso representa a atmosfera do país.

Um recém-chegado no Japão logo percebe como o povo japonês conseguiu aquilo que muitas outras nações tentam obter com muito esforço; o avanço social, tecnológico e econômico sem perder a tradição e a cultura, absorvendo com atenção e cuidado aquilo que os estrangeiros trazem e presenteando a eles com os aspectos mais peculiares e delicados de sua cultura detalhista que preza pela educação, beleza e honra, sempre em primeiro lugar.

Nos próximos dias, vou compartilhar meu aprendizado com os japoneses sobre sua cultura e seus costumes para tentar trazer um pouquinho do Japão para o Jornal Comunicação.

 *Ohaiô em japonês significa Bom Dia.

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