“Severo apareça pra sambar…”

Pela manhã, as ruas de Antonina estão tí­midas. Poucos passeiam por elas e a cidade tem um ar sonolento, um ar de ressaca. O Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná (UFPR) traz um novo ânimo ao dia com as apresentações que acontecem às 12h30. Hoje (9) os passantes podiam sentar-se, ouvir, cantar e dançar ao som do espetáculo “Só falta Severo” do grupo Calça, Camisa e Paletó. Figurino simples, instrumentos de percussão, um cavaquinho, marotices, arrodeios, pinga e balas de banana completaram a apresentação.
Os seis integrantes do grupo encantaram o público do Festival de Antonina com seus sambas de roda. Após o fim de cada música, há encenações da procura pelo personagem Severo, numa espécie de teatro improvisado. Ao ouvir a palavra mágica banana, em uma simpática referência à cidade sede do Festival a música recomeça.
Formado há seis meses, o grupo teatral/musical faz adaptações do teatro popular de rua nordestino. As músicas de “Só Falta Severo” são parte do repertório das tradicionais peças “Samba do Severo” do recôncavo baiano e do “Cavalo Marinho” da zona da mata pernambucana.
“Nós mesclamos os personagens das peças e imprimimos a nossa cara, fazendo nossos próprios improvisos”, explica Leonardo França, um dos artistas. A interação com o público é a parte mais interessante da peça. O grupo chama a platéia para dançar e participar das brincadeiras o tempo todo, tornando a apresentação ainda mais representativa.

Enquanto Severo não chega, vamos sambar
Giovana Ruaro
Professor do curso de Jornalismo da UFPR. Orientador do Jornal Comunicação.
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