A Empresa Júnior Amplificar, dos alunos de Música da Universidade Federal do Paraná (UFPR), oferece serviços voltados para a comunidade desde o início desse ano, período em que começou a funcionar oficialmente. O objetivo do grupo é aplicar o conhecimento adquirido no meio acadêmico, para preparar os estudantes para o mercado de trabalho.
Segundo o trainee da empresa, Vinícius Galant, o projeto enriquece a formação profissional dos alunos. “A gente aprende coisas que não são ensinadas em sala de aula e conhece a área de música fora da faculdade”, conta. A Amplificar foi idealizada pelo aluno de Música e atual presidente, Gabriel Ogama, e pelo professor do Departamento de Artes (DeArtes), Danilo Ramos. Ela é formada por três diretores e cinco trainees, todos alunos da universidade.
O primeiro trabalho realizado pelo grupo foi o Projeto “Elas”, que ocorreu no Departamento de Comunicação da UFPR, no final de maio. O evento, organizado quase totalmente por alunos do DeArtes, buscou valorizar o universo feminino por meio da música. Durante o espetáculo, entre as apresentações artísticas e musicais, foram abordadas questões sobre o aborto, a violência doméstica e o crescimento da mulher no mercado de trabalho.
O professor Ramos foi o criador do projeto e conta que a ideia surgiu quando, em uma reunião de amigos, percebeu que as mulheres estavam colocadas em segundo plano. “Isso não acontece só nos ambientes familiares, mas também no ambiente de trabalho e mesmo dentro da própria universidade. Então, escolhi um repertório que tratasse das facetas e da personalidade feminina, para falar sobre o assunto de maneira leve, mas eficaz”, explica.
No palco estavam atores, cantores e músicos – todos alunos do DeArtes ou já formados. Uma das cantoras convidadas foi a estudante de Música, Celeste Oliveira. “Achei o show super bacana, com um conteúdo extra-musical bem importante. Nunca tinha feito algo parecido antes”, diz.
Segundo os integrantes da empresa, a apresentação superou as expectativas. “Acredito que esse sucesso é fruto de muito esforço, trabalho em equipe e da proposta, que é muito convidativa”, diz Nathalia Lange, uma das diretoras da Amplificar. No total, foram arrecadados 76kg de alimento não perecível, que serviam de ingresso para a plateia.
Como o evento trouxe um bom retorno, a empresa tem interesse em promover novas edições, apesar da dificuldade em acertar a parte técnica e a agenda dos músicos. “Foi uma experiência muito boa saber que posso contar com meus alunos e que eles dão o melhor de si para realizar um projeto que saiu da minha mente. E conseguiram ir muito além das minhas expectativas”, afirma Ramos.
Outros projetos
A Amplificar apresenta outros projetos em paralelo. Primeiro, planeja realizar o “Café Conserto”, que é baseado numa ideia que surgiu na Holanda, sobre políticas de sustentabilidade. A proposta é estimular o encontro de pessoas em um café para consertar objetos estragados. “Alguém com uma cadeira quebrada que saiba costurar pode encontrar uma pessoa que entenda de cadeiras e que precise de ajustes em alguma roupa, o que pode resultar na troca de favores”, explica o diretor de aprendizagem da empresa, Juliano Lamur.
Além disso, o grupo quer investir no “Musicalização Infantil”, ideia que tem como objetivo ensinar e ingressar crianças no universo musical. O projeto foi conduzido na universidade até 2010, pelo departamento de Música, mas não teve continuidade. Com base na antiga proposta, a Amplificar quer aproveitar a estrutura, o laboratório e os contatos já existentes para realizar o projeto no segundo semestre desse ano.