
O “Movimento Quero Mais Táxi Já” é uma campanha lançada na capital paranaense, há cerca de um mês, que pede mais táxis nas ruas de Curitiba. Veiculada em outdoors e no Facebook, foi organizada pela Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (ABRABAR/PR), pela Confederação Nacional de Turismo (CNTur) e pelo Sindicato de Hospedagem e Alimentação (Sehar). O descontentamento do setor de bares e restaurantes com a oferta de táxis, em especial à noite, é o motivo principal da campanha. “Não é só para quem consome bebida alcóolica”, garante Fábio Aguayo, presidente da ABRABAR/PR. É, sobretudo, uma questão de política pública e social.
Foram iniciadas, na sexta-feira (14), as primeiras blitze da nova Lei Seca. Segundo Aguayo, a nova campanha poderia também ter lançado as placas de táxi, com a abertura do edital que definirá os proprietários de 748 novas placas. Mas não foi o que ocorreu. “Tinham que ter aproveitado essa campanha para jogar tudo junto”, lamenta Aguayo.
Quantidade de veículos X distribuição
Segundo a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), a cidade precisa de mais táxis. Inclusive foi lançado um edital de convocação para uma audiência pública, onde haverá a discussão para criação de um edital de licitação que concederá novas autorizações para prestação dos serviços de táxis de Curitiba. A audiência será no dia 4 de julho. A assessoria confirmou que o edital de licitação deverá sair até o final do próximo mês.
Mas há quem diga que o problema não é a quantidade de veículos, e sim a distribuição e o atendimento. Há táxis parados, sem uso. E há um mercado ilegal de permissões para dirigir. Na primeira semana de junho houve uma sindicância para verificar a situação dos permissionários – motoristas que possuem a licença – na qual foi feita uma avaliação de todos os taxistas cadastrados.
Uma alternativa que diminuiria o número de táxis parados e o comércio ilegal das permissões é a adoção do modelo usado em Londres: criar duas licenças diferentes, uma para quem dirige o táxi e outra para quem é dono do veículo. Essa possibilidade também deverá ser discutida na audiência pública e deverá estar presente do edital de licitação.

Copa do Mundo
Para Fábio Aguayo, a questão dos táxis é determinante também para a Copa do Mundo. A quantidade de veículos é irrisória para atender a demanda de turistas que a capital paranaense receberá durante os dias de jogos. Nesse cenário, Aguayo compara Curitiba com Porto Alegre, outra cidade sede. “Enquanto os gaúchos e turistas tem 3.900 placas de táxi com, no mínimo, três motoristas cadastrados em cada táxi para atender a demanda, Curitiba possui 2.225 placas que, no máximo, trabalham dois motoristas cadastrados e, em alguns casos, somente o dono da placa”, declara.
Acessibilidade
A maioria das cidades que sediarão a Copa não possui quantidade suficiente de táxis adaptados para atender aos deficientes. Curitiba possui, entre os 2.225 veículos, apenas quatro com adaptação. Porto Alegre também apresenta uma situação crítica, com três veículos acessíveis, entre os 3.900 totais. São Paulo possui 93 veículos com acessibilidade – mesmo assim, esse valor representa apenas 0,3% do total de táxis que circulam na capital paulista. A cidade mais preparada é o Rio de Janeiro, que possui empresas próprias para o atendimento de cadeirantes, com cerca de 20 veículos cada.