O Setor Litoral da UFPR, localizado no município de Matinhos, passa a contar neste ano com um novo regimento. Desde que foi criado, no ano de 2007, não havia um regimento em vigor. Segundo o coordenador pedagógico Douglas Ortiz Hamermüller, o modo de organização do setor vinha das normativas dos Conselhos Superiores da UFPR e do Regimento e Estatuto Geral da Universidade. “O conselho setorial era aberto a todos os servidores, docentes e técnicos, e estudantes, seguindo os princípios da gestão pública democrática”, afirma.
A chegada de um novo regimento, porém, não ocorreu com tranquilidade e os boatos de uma possível separação entre a UFPR e o Setor Litoral foram desmentidos. A representante do DCE Laís Gonçalves declara que uma ruptura seria inviável, e não é uma solução. Mesmo com os boatos esclarecidos, os atritos foram grandes o bastante para mobilizar o corpo discente.
“Houve uma manifestação, de uma forma bastante autônoma”, conta Laís. Os alunos haviam se organizado para protestar, de forma pacífica, contra pontos do novo regimento com os quais não concordavam. O protesto aconteceu dentro da Reitoria, em Curitiba, sendo uma das reivindicações a manutenção da direção tríplice. Segundo os alunos, grande parte do regimento não dialogava com o setor e o texto não foi aprovado no COUN – Conselho Universitário. “Mudaria a estrutura do setor, mas a direção passaria a seguir o modelo da universidade”, alega a representante do DCE, Hellen Rosa.
Ao final, a exigência acatada foi a da manutenção do sistema de câmaras e as demais questões seguiram o padrão da instituição. “Desde a criação da UFPR Litoral foram mantidos espaços coletivos em que a participação era aberta a todos os técnicos, estudantes e comunidade interessada, mas em que as normas e regras não eram rígidas. Então o processo de mudança para a elaboração e implantação de um regimento acabou sendo trabalhoso e desgastante para muitas pessoas”, explica a técnico-administrativa do Setor Litoral, Aline Gonçalves.
UFPR na praia
A UFPR Litoral foi criada na parceria dos governos Federal, Estadual e Municipal. As atividades do setor alcançam os sete municípios litorâneos, sendo que hoje há uma soma de quatro programas e mais de trinta projetos de extensão. “Os estudantes ainda têm um módulo obrigatório que se chama ‘reconhecimento do litoral’, no qual eles visitam e têm aulas de campo, durante um semestre, em várias regiões litorâneas”, declara o coordenador Douglas Ortiz.
Dentro do setor, vigoram políticas afirmativas e inclusivas. A formação dos profissionais busca o desenvolvimento da região que, segundo o coordenador, foi “historicamente desacreditada” e até os dias de hoje ainda é muito frágil na área sócio-econômica.