qui 14 nov 2024
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Ato pró-impeachment da presidente Dilma reúne 40 mil pessoas em Curitiba, segundo PM

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Milhares pessoas participaram da manifestação pró-impeachment (Foto: Gabriel Dietrich)

A manifestação deste domingo (12) pedia, principalmente, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e reuniu, de acordo com a Polícia Militar (PM), 40 mil pessoas. Um dos movimentos organizadores do evento, o Vem Pra Rua (VPR) contabilizou, porém, 60 mil manifestantes. Apesar do slogan “Vai ser maior!”, o número de participantes registrado pela PM é a metade do balanço oficial divulgado no protesto do último dia 15 de março.

Felipe Aguillera, 26, estudante de engenharia de produção da UFPR, é coordenador regional do VPR e comparou a quantidade de cidades confirmadas: em março, foram 240, e no ato de domingo, 452. “Com o número praticamente dobrando, é natural que o número de pessoas na capital diminua. Tivemos manifestações em todas as cidades metropolitanas e as pessoas preferem manifestar sua indignação próxima às suas casas”, completa.

Os manifestantes começaram a se aglomerar na Praça Santos Andrade por volta das 13h. Eram três carros de som que ditavam o tom: ora hino nacional, ora palavras de ordem. A partir das 15h, seguiram pela Rua Marechal Deodoro até a Boca Maldita, onde ficaram até por volta de 17h, quando todos começaram a dispersar.

Reivindicações

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Manifestantes carregavam cartazes com reivindicações (Foto: Gabriel Dietrich)

A reivindicação principal era a mesma da manifestação do mês passado: o impeachment da atual presidente. Alguns pediam a saída completa do PT, como é o caso de Diórgenes Alves, 61, funcionário público aposentado e reservista, que segurava uma faixa que, em inglês, dizia:  “Somente uma  intervenção militar, prevista na constituição,  é capaz de varrer toda essa sujeira e corrupção que tem hoje no Brasil. Temos que acabar com o PT, um partido inconstitucional e criminoso, que está afrontando a economia nacional e ridicularizando o povo”.

Alves pontua, porém, que não defende uma ditadura militar. A intervenção, para ele, é uma medida provisória e, após eleito um interventor, deve haver convocação de novas eleições. Apesar desses pedidos, Cristiano Roger, 38, analista de RH e organizador do Movimento Curitiba Contra a Corrupção deixou claro no carro de som que esses pedidos não representam o movimento.

O ato foi tranquilo, a não ser por duas exceções. Primeiro, Professor Galdino, vereador pelo PSDB-PR, foi agredido por alguns manifestantes. Ele não identificou seus agressores e foi embora sem registrar boletim de ocorrência. Depois, antes de chegar na rua Marechal Floriano, algumas pessoas perceberam a presença, na sacada de um dos prédios, de um homem com a camiseta do Movimento Sem Terra, com um cartaz em que estava escrito “Democracia!”. Alguns manifestantes começaram a gritar “Pula, pula!” e vaiaram.

Uma dessas pessoas era Osvaldo de Paiva, 78, dentista aposentado, que classificou todos os integrantes do MST como “vagabundos, ladrões, assassinos e assalariados”. Para ele, o homem da sacada “até pode expressar sua opinião, mas não pode viver às custas do governo”. Paiva completou dizendo que era “a favor até da morte da Dilma, imagina do impeachment”.

Teresinha Leal, 54, artesã, foi à rua hoje por um motivo diferente da maioria: para vender seus artesanatos. Para ela, a situação política brasileira não está boa, mas tem medo de que alguma outra pessoa assuma e não faça o que Dilma vem fazendo. “Como ela já fez algumas coisas pelo Brasil, acho que a gente deveria dar uma chance pra ela”, sugeriu.

Embasamento legal

Cristiano Silva, 31, desempregado, diz que não sabe se há como ter o impeachment da Dilma com base nas leis, apesar de ser a favor. Felipe Aguillera, do Vem Pra Rua, explica que não há cenário político, jurídico e técnico para um impeachment. “Mas as ruas clamam por isso, então o Vem Pra Rua aderiu ao “Fora, Dilma”, seja como for, desde que dentro da lei. Nós queremos que ela saia”, afirma Aguillera.

Veja mais

Para mais fotos da manifestação de domingo, confira a galeria que o Jornal Comunicação preparou.

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