seg 02 dez 2024
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Curitibanos têm participação pouco expressiva na Copa

Quase seis anos de expectativa por um mundial no país do futebol, tempo suficiente para que os brasileiros entrassem no clima da Copa do Mundo. Entretanto, não é essa energia que se vê na fria Curitiba. Pelo menos, não é o que muitos curitibanos e estrangeiros sentem. A Copa, por aqui, vive-se de maneira tímida.

Com participação modesta na Copa do Mundo, a Fan Fest depende da energia dos turistas para dias sem jogos do Brasil
(Foto: Gazeta do Povo)

Com certa frequência, quase em todos os jogos que o Brasil não está em campo, a Fan Fest curitibana não conta com o calor dos brasileiros. A constatação sai tanto da boca de estrangeiros, quanto do público que já passou por outros estados para ver o mundial. A gaúcha Luiza Pirelli veio a trabalho para a capital paranaense, mas aproveitou para assistir a partida entre Uruguai e Inglaterra na Pedreira Paulo Leminski. Ela diz que sente falta de um ambiente festivo: “Em Porto Alegre, a Fan Fest é muito mais vibrante e cultural. Aqui, não encontramos nem bares que divulgam uma programação especial para a transmissão das partidas”.

O moçambicano Adrian Wallet concorda com a brasileira. Ele, que esteve presente no mundial da África, conta que há uma grande diferença entre o que viveu na Copa do Mundo de 2010 e o que acompanha este ano. “Assim que desembarquei no Brasil, não senti a atmosfera de Copa do Mundo. Parece que estou só no Brasil, não na Copa”. Wallet diz que ele até sente o clima da festa na Fan Fest, mas que, nas ruas, não vê grande mobilização em torno do Mundial.

Público na Fan Fest

Curitiba é a única capital que têm restrição de acesso à Fan Fest. Nas outras cidades sedes, os locais em que acontecem a festa oficial da FIFA são públicos e, mesmo no caso de Belo Horizonte que acontece em um pavilhão, o acesso é livre. Assim, para entrar nos espaço comemorativo da capital paranaense, é necessário retirar uma pulseira gratuitamente no Parque São Lourenço, próximo à Pedreira. O problema é quando, como na disputa entre Brasil e México, os ingressos acabam cedo, por volta de uma hora depois de serem disponibilizados.

Cristina Vilcek mora próximo à Pedreira e tentou retirar uma pulseira, mas não conseguiu chegar a tempo: “Eu prefiro assistir em casa, até tentei ir na Fan Fest mas as pulseiras já tinham acabado. Para mim, está parecendo que essa Copa do Mundo foi feita para os estrangeiros”.

A maior dificuldade é para quem trabalha nos dias de jogos do Brasil e que, geralmente, são liberados poucas horas antes das partidas. Nessas situações, não há tempo de retirar os ingressos, uma vez que já estão esgotados. É o caso de Juliano Deczka que, por duas vezes seguidas, tentou assistir o jogo do Brasil na Fan Fest, mas não teve a oportunidade de encontrar ingressos disponíveis. “Eu acho que deveria ser acessível para todos. Até pedi para meus amigos buscarem para mim, mas eles também não conseguiram”, lamenta Deczka.

Visão de fora

Por outro lado, elogios que contemplam a beleza e organização de Curitiba são frequentes entre os estrangeiros. O turista da Costa Rica, David Milanes, que já esteve em Porto Alegre, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro, afirma que ela é a melhor cidade-sede da Copa em questão de mobilidade: “Dentre todos os lugares que assisti aos jogos, este é o mais bonito e organizado. O acesso ao estádio e a segurança são bem melhores do que nas outras”, afirma.

Wallet também ressalta a efetividade do policiamento e aponta que outro fator positivo é o esforço das pessoas para tentar falar inglês, mesmo sem fluência. Apesar disso, ele reclama da falta de informações escritas na língua. Para chegar na Fan Fest no dia da disputa entre Brasil e México, por exemplo, ele levou 45 minutos para receber orientações sobre a retirada das pulseiras.

Quanto à receptividade, alguns estrangeiros apontam que a fama de população “fechada” não se aplica à capital paranaense. Adrian Bell, inglês que está na cidade há alguns dias, sente uma boa hospitalidade: “Eu estive no Rio antes daqui e, ao contrário do que todos me falavam, senti que Curitiba é muito mais amigável e simpática do que a Cidade Maravilhosa”, comenta.

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