qui 28 mar 2024
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Exposição internacional de arte eletrônica inova na Corrente Cultural de Curitiba

A exposição do File, Festival Internacional de Linguagem eletrônica, abriu a edição 2014 da Corrente Cultural. As instalações montadas em Curitiba trazem um novo conceito de tecnologia apropriada à arte, permitindo a interferência do público nas obras expostas através do uso de tablets e celulares, como na peça de Van Gogh, Noite Estrelada, que ganha uma nova forma com o uso da tecnologia:

O Festival acontece há 15 anos em São Paulo e é o maior acontecimento de arte digital da América Latina. Pela primeira vez, a capital paranaense recebe uma seleção das últimas novidades da arte eletrônica mundial que foram apresentadas no File. Na exposição, há obras eletrônicas, games, animações e vídeos desenvolvidos por artistas do mundo inteiro.

No espaço montado em Curitiba, o público pode fazer interferências pessoais nas peças através de aparatos tecnológicos. No quadro de Van Gogh, Noite Estrelada, por exemplo, a interação se dá através de uma tela sensível ao toque que possibilita a aplicação de movimento à pintura.

Na montagem elaborada pelo artista grego Petros Vrellis, é possível comandar  a orientação e quantidade de movimento aplicada à obra, alterar o desenho original, dar “zoom” a detalhes da pintura e, até, operar o volume da música de fundo. Aos poucos, a obra retorna à composição original e a animação volta ao seu estado inicial.

Arart

O Arart é um aplicativo que dá movimento às obras. Elaborado por japoneses, ele permite  ver quadros, como Monalisa, de Leonardo Da Vinci, e Moça com brinco de Pérola, de Johannes Vermeer,  com oscilações surpreendentes, através da aproximação de um aparelho com o aplicativo instalado.

Os artistas Takeshi Mukai, Kei Shiratori e Younghyo Bak criaram um aplicativo que dá uma nova forma à arte  (Foto: Thais Barbosa)
Os artistas Takeshi Mukai, Kei Shiratori e Younghyo Bak criaram um aplicativo que dá uma nova forma à arte
(Foto: Thais Barbosa)

Para Juliana Machado, coordenadora de projetos, a Monalisa vista de outro ângulo foi o grande destaque da exposição. “Os quadros nos grandes museus  estão, geralmente, posicionados para as pessoas observarem à distância. Aqui, porém, é possível ver a Monalisa e a transformação dela de perto. Isso me deu uma sensação de que a arte é viva”, conta Machado.

Sentidos                        

Além da visão, a exposição é capaz de aguçar outros sentidos. O Martela, elaborado pelos artistas brasileiros Ricardo Barreto e Maria Hsu, é um robô tátil em formato de cama com 27 motores que se movimentam em múltiplas direções.  A partir dos diferentes toques no corpo, é possível criar sensações  e respostas corporais individuais.

As crianças também podem visitar a exposição, e a interação é um grande atrativo para os pequenos  (Foto: Thais Barbosa)
As crianças também podem visitar a exposição, e a interação é um grande atrativo para os pequenos
(Foto: Thais Barbosa)

A cama tátil foi a parte preferida de Bruno D’ambrósio, de 6 anos. Segundo a mãe do menino, Denise Cardoso, essa foi uma das primeiras exposições de arte que ele visita. “Eu geralmente não levo ele às exposições convencionais de arte. Mas, para as crianças, essa interação que a exposição provoca é muito interessante. Até porque, eles estão cada vez mais imersos nesse mundo de tecnologia”, conta.

Denise comenta, também, que o diálogo entre o clássico e a tecnologia foi o que mais provocou reações positivas nela. “Essa exposição tem muito a ver com o que vivemos hoje. E eu vejo a arte como aquilo que te provoca reações a partir do seu repertório pessoal, o que mais conversa com você. E acho que a tecnologia é uma grande parte de nós atualmente”, conclui a jornalista.

Serviço

A exposição vai até o dia 7 de dezembro de 2014, de quarta a domingo, das 10 às 18 horas, no Centro Cultural do Sistema Fiep (Avenida Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico). A entrada é gratuita .

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