O ano de 2014 trouxe inovação para o ramo das academias de ginástica. A Zumba e o Ballet Fitness, por exemplo, começaram a fazer sucesso em Curitiba e são a febre do momento. As duas modalidades buscam unir dança e ginástica, trabalhando os músculos e a perda de calorias sem precisar cumprir rotinas monótonas em um circuito comum de academia. Entre o público estão pessoas de todas as idades, que variam dos 15 aos 70 anos, a maioria mulheres, interessadas em perder peso e definir os músculos de uma maneira divertida. Mariana Caxambu, estudante de Relações Públicas da UFPR, pratica Zumba desde março deste ano. “Eu tenho muita energia e não estava fazendo nenhum exercício. Eu não gosto de academia, não gosto de bola, não gosto de nada disso, mas eu sempre gostei muito de dançar, daí eu aliei tudo, a atividade física e a dança”, diz a estudante.
A Zumba foi criada por um colombiano chamado Beto Perez quando dava aulas de ginástica e dança de salão em Nova Iorque. Por acidente, ele acabou juntando as duas modalidades em uma aula única e criou a Zumba Fitness, vertente principal do esporte, que se expandiu pelo mundo. O professor de Zumba, Bruno Gapski, afirma que a modalidade foi praticamente um investimento para a academia onde dá aulas. “A zumba movimenta muito a academia. Temos aulas às 7 e meia da manhã e as três horas da tarde, horários que a academia normalmente está morta, mas na aula de zumba temos 40 pessoas na sala”, conta.
Com o Ballet Fitness não é diferente. A ideia para adaptar os passos de Ballet Clássico em uma aula de ginástica surgiu no Brasil e está sendo exportada aos poucos. “No fitness a gente trabalha bem pouquinho do clássico, eu dou uma barra clássica e aí a gente vai para exercícios mais localizados. A gente trabalha resistência e tonicidade muscular”, afirma Daniele Coelho, professora de Ballet Fitness.
Cuidados com a saúde
Tanto a Zumba, quanto o Ballet Fitness são exercícios muito intensos e que exigem bastante das articulações dos praticantes. No caso da primeira modalidade, as aulas seguem um ritmo acelerado com poucas paradas, e no caso da segunda, ocorrem muitas repetições de movimentos básicos do ballet, como flexões de joelhos e meias-pontas dos pés. A professora de ballet clássico, Jaqueline Brizolara, alerta que é preciso tomar cuidado com os movimentos praticados. “O ballet fitness é bom para quem quer perder peso, mas mexe muito com a rotação e com as articulações e para quem não tem muito conhecimento pode ser perigoso, já que fica repetindo muitas vezes a mesma sequência”, explica.
Mesmo sendo modalidades relativamente novas e ainda em desenvolvimento, os passos praticados são todos estudados com afinco para não causarem lesões em quem pratica. Bruno Gapski afirma que a Zumba possui passos básicos que fazem parte de um quadro comum desenvolvido pelos criadores da modalidade. “Para cada ritmo, tem uma sequência de passos básicos diferentes. Todos eles vieram da dança de salão, por exemplo, a salsa tem passos mais laterais, o merengue, mais frontais”. Mesmo com essas restrições, o coreógrafo, tanto da Zumba quanto do Ballet Fitness, é livre para criar as próprias coreografias e acrescentar ideias novas.
União de todas as idades
Trabalhar com pessoas de idades tão diferentes é um desafio para os professores de ambas as modalidades, mas eles acreditam que uma das principais vantagens desses esportes é a capacidade de envolver qualquer pessoa que tenha a disposição para fazer exercício. “A zumba não tem uma rigorosidade, você não precisa fazer esse passo desse jeito, é mais sobre deixar o seu corpo falar, essa é a intenção”, afirma Bruno Gapski. Para garantir que todos participem igualmente das aulas, os professores adotam estratégias diferentes. A professora Daniele Coelho afirma que é preciso respeitar os limites de cada corpo, para evitar lesões. Em suas aulas ela procura prestar atenção em cada aluna individualmente. “No começo a aula durava só uma hora, daí aos poucos elas foram sentindo que conseguiam ir mais e agora, a pedido delas, a aula tem uma hora e meia”.
No caso da Zumba, o professor afirma que parte da metodologia do esporte consiste em deixar o instrutor livre para montar suas próprias coreografias. Ele acredita que essa é uma maneira de permitir que mais pessoas consigam acompanhar a aula. “Todo mundo gosta bastante da Zumba. Desde que começamos, em janeiro desse ano, ainda não desistiu ninguém”, afirma Bruno Gapski. O professor ainda ressalta que a amizade entre os praticantes vai além das aulas e que a dança proporcionou a união de pessoas de diferentes idades mesmo fora da academia. “Quando tem eventos fora da academia eles vão todos juntos, também tem vezes que eles marcam de sair jantar. Acho que as pessoas acabam viciadas em Zumba”.