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Litercultura abre a edição de 2014 com painel sobre futebol

Em sua segunda temporada oficial, o Litercultura trouxe, para a capital paranaense, os jornalistas Gereton Moraes Neto e Sérgio Rodrigues, autores dos livros “Dossiê 50: Comício a favor dos náufragos” e “O drible”. O debate, mediado por Samarone Lima, aconteceu no dia 30 de maio no teatro Paiol, com entrada gratuita para o público.

O livro “Dossiê 50: comício a favor dos náufragos”, de Gereton Moraes Neto, estava a venda no Litercultura
(Foto: Fernanda Tieme)

 No evento, Moraes Neto contou que seu livro aborda a Copa de 50 sob a perspectiva dos jogadores. Naquele ano, o Brasil perdeu a taça pela diferença de um gol em pleno Maracanã. A derrota para o Uruguai desperdiçou a chance da equipe brasileira conquistar o primeiro título mundial. A vitória viria até por um empate, o que provocava euforia nas manchetes dos jornais: “Brasil campeão!”.

 O trauma que afligiu durante muito tempo a população brasileira foi ainda mais sentido pelos jogadores da seleção. “A vontade de escrever esse livro veio quando eu encontrei Barbosa, o goleiro da seleção na Copa de 50. A culpa pela derrota da equipe era tão grande que, mesmo 30 anos depois, ele não aceitou meu convite para pisar nos gramados do Maracanã”, relatou o jornalista.

  Sensibilizado pela reação de Barbosa, o autor reuniu os depoimentos dos onze jogadores da seleção de 50 e os expôs no livro e em um documentário de mesmo nome. Neles, além dos relatos dos atletas da seleção, há uma entrevista com Alcides Ghiggia, autor do gol que garantiu a conquista sobre o Uruguai.

 “O drible’”, de Sérgio Rodrigues, também contempla o lado mais humano do futebol. A narrativa do livro traz como personagem principal o próprio esporte. Além disso, o romance é pioneiro em tratar com sensibilidade o tema: “Em oito páginas contei oito segundos de um drible do Pelé”, conta Sérgio Rodrigues.

Litercultura

A menos de um mês da Copa, Gereton Moraes Neto e Sérgio Rodrigues discutiram o futebol brasileiro e a cultura
(Foto: Divulgação)

O Festival Literário surgiu com a proposta de expor a cena cultural de forma regular. Além do mês de maio, o evento contemplará os meses de agosto, outubro e novembro.

 A intenção em fazer o evento dividido em quatro capítulos é deixar a literatura mais presente na cidade. O encontro frequente entre as pessoas dá a sensação de “estar sempre imerso no universo da literatura”, ressalta Manuele Leão, organizadora do evento.

Com a ajuda da Lei Rouanet (Lei de incentivo à cultura) e de patrocinadores, o evento é ofertado sem nenhum custo para os participantes. “Curitiba já tem boas iniciativas culturais, mas queríamos dar um tom mais festivo a elas”, conta Leão.

O escritor Marcelo Guimarães participou pela primeira vez do festival e aprovou a iniciativa. Ele elogiou a escolha dos palestrantes e a organização do festival, mas diz que sentiu falta de mais público:  “Eu senti vergonha de ser curitibano. Acho que um evento como esse deveria receber mais prestígio e receptividade do público da cidade.”, desabafa Marcelo.

 O próximo capítulo do Litercultura acontecerá em agosto na Capela Santa Maria com a participação do escritor Valter Hugo Mãe, que recebeu o Prêmio José Saramago de melhor livro do ano de 2007.

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