sex 29 mar 2024
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Luta e filosofia do caratê encantam alunos na UFPR

Todos alunos da UFPR, o grupo nasceu faz dois meses. Os treinos são realizados no Departamento de Educação Física nas terças e quintas-feiras (Foto: Mariana Rosa)
Todos alunos da UFPR, o grupo nasceu faz dois meses. Os treinos são realizados no Departamento de Educação Física nas terças e quintas-feiras
(Foto: Mariana Rosa)

O caratê, ou karate, é uma das artes marciais japonesas mais difundidas no Brasil. Ele vai além da luta: é um esporte e, acima de tudo, uma filosofia. Na UFPR, foi criada há dois meses uma equipe profissional representante da universidade que, na última semana, participou pela primeira vez de competição como grupo.

O técnico da equipe, o treinador Marcelo Alberto de Oliveira, lutou pelo grupo da UFPR desde que entrou na Universidade em 2011. “Até então, somente eu ia representar a universidade nas competições de caratê universitário”, conta. No ano passado, influenciado por alguns professores, Marcelo decidiu entrar com o projeto e apresentar para o Centro de Educação Física e Desportos. Já há dois meses juntos, a equipe conta também com o auxílio da, assim como o treinador, faixa preta Rafaela de Assunção.

Há oito anos treinando, Rafaela conquistou a faixa mais respeitada do caratê cerca de um ano atrás. “Os exames de faixa não são focados para competição, mas sim na base, força e resistência. Vai aumentando de acordo complexidade dos treinos”, releva. Por enquanto a equipe só está aberta para pessoas que já tem contato com a arte marcial, mas o objetivo dos treinadores é abrir uma turma para iniciantes no próximo semestre.

No Campeonato Brasileiro de Lutas, realizado em São Paulo nos dias 16 e 17, foi refletido todo o treinamento da equipe. Dos seis atletas que participaram, quatro levaram uma medalha para casa. Foram duas de bronze, feminino equipe e individual, uma de prata e uma de ouro, ambas no masculino individual.

Da esquerda para a direita: Alan Wormsbecher, Marcos Maresi (prata no masculino individual), Marcelo Alberto, Jardel Machado, Lucas Custódio (ouro no masculino individual), Rafaela de Assunção (bronze no feminino individual e equipe) e Bárbara Salomão (bronze feminino equipe)
Da esquerda para a direita: Alan Wormsbecher, Marcos Maresi (prata no masculino individual), Marcelo Alberto, Jardel Machado, Lucas Custódio (ouro no masculino individual), Rafaela de Assunção (bronze no feminino individual e equipe) e Bárbara Salomão (bronze feminino equipe) (Foto: Divulgação / Campeonato Brasileiro de Lutas)

A luta

Os primeiros resquícios dessa arte marcial como conhecemos hoje surgiram no arquipélago de Oquinaua entre os séculos XIV e XV. Depois da proibição do uso de qualquer tipo de arma manual, a população do arquipélago, localizado entre o Japão e a China, desenvolveu os primórdios da luta, sendo utilizada apenas para defesa pessoal. A troca de conhecimentos entre as antigas artes japonesas e a nova modalidade originou o caratê.

Os movimentos do caratê são precisos e com objetivo traçado. “O objetivo não é machucar, mas derrubar a pessoa com um soco”, explica o carateca Jardel Machado de Lima. Jardel sempre gostou de lutas, via filmes do Jackie Chan desde pequeno, mas foi no caratê que ele se identificou. “Tem de ter uma disciplina maior, sempre cumprimentar o mais graduado. Você ajuda os que sabem menos, e os que sabem mais te ajudam”.

Mas quem pensa que a arte marcial japonesa é apenas a luta está enganado: o caratê é, também, uma filosofia. A carateca Rafaela de Assunção explica que a arte marcial vai além do dojo, lugar de treinamento, e ajuda muito do lado de fora. “No trânsito, trabalho ou um momento mais difícil da sua vida, você consegue se manter mais centrado. O caratê transcende a luta ao puxar caráter, esforço, respeito e não agressão”, explica Rafaela.

A filosofia dá sentido à prática do caratê: um não existe sem o outro, é um treinamento corporal e intelectual. O treinador Marcelo Alberto de Oliveira conta que escolheu a arte por causa do espírito de respeito, determinação e equilíbrio. “O treinamento de caratê é muito metódico, repetitivo. Você vai estar sempre lidando com a preguiça, e tentando vencê-la. É você vencer você mesmo”, diz.

Galeria de fotos do Campeonato Brasileiro de Lutas

por Felipe Tamashiro

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