sex 19 abr 2024
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Ser escoteiro é ser cidadão

Guias do Grupo Escoteiro Carlos Pereira de Araújo 77/PR mostram os uniformes e lenços com as cores do grupo. Foto: Bianca Falcão

“No Escoteiro, Nós Cumprimentamos Assim”. Foi assim o primeiro contato com o organizador do 2º Fogo de Conselho dos Clãs Pioneiros, Rodrigo Pinheiro do Clã Medianeira, do Grupo de Escoteiros (GE) Nossa Senhora Medianeira 49/PR. Essa não foi a primeira, muito menos a última novidade que chamou a atenção nessa noite com os escoteiros. Mão esquerda estendida, com o dedinho separado dos outros, depois, é só apertar a mão do colega. A regra serve tanto para homens quanto para mulheres. Em uma confraternização de grupos escoteiros, quem não sabe fazer isso, é facilmente identificado como um estranho no ninho.

Para falar dos escoteiros, é preciso conhecer alguns termos. Por exemplo, o Fogo de Conselho dos Clãs Pioneiros nada mais é que uma confraternização como outra qualquer – ou não – na qual as pessoas se encontram, conversam, fazem brincadeiras e lancham juntas. A diferença é que estamos entre escoteiros. Outro detalhe importante é o termo Pioneiro, que indica um ramo de escoteiros entre 18 e 21 anos de idade. Os outros ramos são Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro. Adultos maiores de 21 anos fazem parte da Chefia, não considerada um ramo, como voluntários. A ordem se baseia unicamente na faixa etária. Ou seja, a pessoa que entra para um grupo escoteiro vai para o ramo em que sua idade se encaixa.

A primeira imagem chama a atenção. Várias pessoas,  todas com um lenço em volta do pescoço. Os membros dos clãs podem ser identificados pelas cores dos lenços e pela bolacha (um emblema) na parte de trás desses, que variam de acordo com o grupo.

 

“Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para: cumprir meus deveres para com Deus e minha Pátria; ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião; obedecer à Lei Escoteira.”

    Promessa para entrada no escotismo

 

As exigências do encontro são simples: além de levar comida para o lanche, os clãs montam esquetes com alguma história para apresentar para todos os outros. Os temas são escolhidos aleatoriamente. Um dos esquetes da noite exalta a forte amizade que existe dentro de um clã de escoteiros.

Com as cinco mesas de lanche prontas em apenas cinco minutos, a guia Thaíssa Falcão, do Clã Cálice Sagrado do GE Carlos Pereira de Araújo 77/PR, cumpre a função de apresentar o novato para o grupo. Durante a conversa, ela  oferece chá e um prato com um pedaço de bolo. Aliás, ela oferece o próprio prato, colher e copo. “Escoteiros não têm nojo de dividir a comida”, resume Thaíssa.

Ser escoteiro

Leonardo Gomes, do mesmo grupo da Thaíssa, é escoteiro desde os 7 anos e já passou por Lobinho e Sênior. Agora é Pioneiro e, com 21 anos, realizará o sonho de ser Chefe no próximo semestre. Para ele, o escotismo prepara cidadãos melhores para a sociedade, ensina a ser educado e pró-ativo. Desde jogar lixo no lixo até fazer uma apresentação de um trabalho na faculdade, o escotismo está presente em tudo. “Ser escoteiro é um estilo de vida. Não imagino meus sábados sem os encontros do grupo”, conta, enquanto dá nós em um cabo.

No Fogo de Conselho foi possível conhecer vários uniformes. Fora o lenço, o traje é composto por uma camisa que leva a Flor-de-Lis, símbolo do escotismo, além de emblemas dos escoteiros brasileiros, paranaenses e dos encontros que cada um já participou. Mas o principal detalhe são as insígnias de especialidades individuais. Cada especialidade tem três níveis, indicados pela cor da insígnia. A guia Thaíssa tem uma insígnia de nível 3 (cor-de-rosa) em jornalismo e sua irmã gêmea, Bianca Falcão, tem especialidade em fotografia digital. As especialidades que se pode adquirir são incontáveis e completam as mangas dos uniformes.

Depois de conhecer os 10 artigos da Lei Escoteira e os valores que baseiam o movimento, aprender a origem do cumprimento e descobrir que o escotismo prega, principalmente, a honra, é tempo de aprender a fazer uma palma escoteira. Mas ser escoteiro vai além. O movimento envolve a formação humana e social que os participantes recebem e as amizades que eles criam durante a participação.

No final da noite, o organizador Rodrigo Pinheiro informa aos participantes que eles precisariam se retirar do pátio da escola ou ir para a sede do grupo. O Fogo de Conselho acabou não acontecendo exatamente como o nome previa, ou seja, com todos os grupos reunidos em volta de uma fogueira para discutir problemas de logística. O encontro terminou no Mustang Sally e, naquele momento, sem uniformes ou lenços, as únicas diferenças perceptíveis entre os escoteiros e outras pessoas no local seriam, provavelmente, a amizade e o tamanho do grupo que estava sentado à mesa.

 

Os dez artigos da Lei Escoteira, de acordo com a União dos Escoteiros do Brasil:

  1. O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais que sua própria vida;
  2. O Escoteiro é leal;
  3. O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação;
  4. O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros;
  5. O Escoteiro é cortês;
  6. O Escoteiro é bom para os animais e as plantas;
  7. O Escoteiro é obediente e disciplinado;
  8. O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades;
  9. O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio;.
  10. O Escoteiro é limpo de corpo e alma.

 

Os ramos escoteiros

  • Lobinho – 7 a 10 anos
  • Escoteiro – 11 a 14 anos
  • Sênior – 15 a 17 anos
  • Pioneiro – 18 a 21 anos

 

Cores nas insígnias

  • Amarelo – Indica especialidade de nível 1
  • Verde – Indica especialidade de nível 2
  • Cor-de-rosa – indica especialidade nível 3
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