A peça, meio contemporânea, livre de sequência temporal e de lógica faz jus ao tema: sonhos. “Memória inventada no sonho de alguém” é a segunda parte da Trilogia dos Sonhos apresentada pela Cia Sala Escura de Teatro.

A teoria apresentada na peça propõe que existe um mundo paralelo dos sonhos, aonde pessoas vivas ou mortas se encontram. Se duas pessoas se encontram nesse mundo, elas necessariamente sonharam a mesma coisa, no mesmo instante.
O espetáculo conta a história de um menino que se apaixona perdidamente por uma garota que viu passar correndo com fones de ouvido. Ao perder ela de vista, sem nenhuma informação extra, segue com a paixão solitária. Decide então que irá sonhar todas as noites com ela, na esperança de, ao conseguir entrar no sonho lúcido, encontrá-la e continuar o relacionamento.
Palavras do Diretor
“Se disserem que a peça foi fofa ela cumpriu seu papel”, diz Iuri Kruschewsky, diretor, autor da peça e fundador da Cia Sala Escura de Teatro.
O teatro foi inaugurado em julho de 2013, na época mais crítica das manifestações no Rio de Janeiro, sede oficial da companhia de teatro. Iuri comenta que o principal objetivo da peça é se contrapor à agitação e violência das manifestações. “Queremos que o público entre no teatro e viva uma hora de beleza e amor, esqueça do mundo lá fora”, explica o diretor.
O cenário é simples e não tira a atenção do que é importante: os quatro personagens. Uma brincadeira com luzes ajuda o telespectador a entender o contexto da peça e a música ao vivo cria um ar de intimidade e fantasia.
A peça não pesa mais que uma bolha. Um tema leve com um enfoque igualmente suave, a esperança da paixão à primeira vista. O maior desejo é sair da peça e distribuir flores e sorrisos para cada um que ver passar na rua.