qui 25 abr 2024
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“Segurança no trânsito” foi tema de palestras em universidades de todo o Brasil

A cada 12 minutos uma pessoa morre em acidente de trânsito no Brasil. Foto: Shutterstock

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o quarto país com os maiores números de acidentes de trânsito – entre os que resultam em mortes, 25% das vítimas são jovens entre  20 a 29 anos Nos últimos dez anos, o número de óbitos registrados pelo Ministério da Saúde cresceu em 40%.Em países europeus, por exemplo, essa porcentagem tende a diminuir a cada ano.

Com a intenção de promover a direção mais segura entre universitários, a fabricante de pneus Michelin fez uma série de palestras e atividades em universidades de todo o Brasil, engajadas com o movimento da ONU, “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”. O destaque da ação do grupo foi a instalação de um aparelho no carro de alunos voluntários, que mede a aceleração, velocidade nas curvas e frenagem. Durante um mês esses voluntários serão avaliados e os melhores motoristas ganharão prêmios –  o melhor do Brasil ganhará um carro.

Nesse circuito de palestras, participaram especialistas sobre o tema, como o mestre em sociologia e consultor em educação e segurança no trânsito, Eduardo Biavati. O sociólogo fala sobre um dos fatores que fazem com que o Brasil ocupe a quarta posição em números de acidentes de trânsito: a mistura da bebida alcoólica com velocidade. “Excesso de velocidade é muito decisivo para o padrão de violência, em termos de mortalidade e gravidade das lesões causadas nos acidentes. A velocidade poderia não resultar em tantas mortes e feridos se não tivéssemos a colaboração de outros fatores, como é o caso do consumo de bebida alcoólica – que ainda é um problema que não conseguimos controlar”. E, no caso das motocicletas, o fator campeão de acidentes fatais continua sendo a negligência do capacete. “Ainda temos um problema muito grande no Brasil, mais evidente nas cidades do interior, que é o pouco uso do capacete entre motociclistas. A primeira causa de morte dessas pessoas ainda são as lesões cerebrais”.

 

Infraestrutura das estradas brasileiras

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, as estradas do país tem quase 1,7 milhão de quilômetros. Desse total, 87,9% não são pavimentadas. Biavati explica que os impactos poderiam ser reduzidos se houvesse mais elementos de proteção ao usuário nas rodovias, como o duplicamento das pistas. “Não podemos dizer que as cidades brasileiras têm travessias seguras para os pedestres. Nós temos um traçado rodoviário muito antigo no Brasil, há muito tempo é o mesmo. São rodovias de pista simples, ou seja, as colisões são frontais, que sempre são mais graves. Em uma pista dupla, mesmo que o motorista esteja em alta velocidade, há poucas possibilidades de bater de frente com um caminhão”, afirma o sociólogo.

Segundo Biavati, não são poucas as medidas  que devem ser tomadas para que esse cenário melhore. “Temos uma alta mortalidade por 100.000 habitantes, e vem se mantendo regular nos últimos 30 anos. Em 2012, tivemos um recorde histórico de mortalidade. Esse é um problema decorrente de várias coisas. Falta fiscalização, falta um ambiente viário mais seguro, e o comportamento imprudente das pessoas agrava tudo isso. A aprendizagem nas auto escolas também é problemática. Falta um pouco de tudo”.

 

Como os jovens praticam a direção defensiva?

O estudante Déril Jean Gai conta que já se envolveu em sete acidentes, sendo apenas dois causados por desatenção dele, quatro por culpa de outros motoristas e um por defeito no carro. “Já fui imprudente, porém aprendi com meus erros e agora tomo muito mais cuidado no trânsito”. Ele agora pratica a direção defensiva, que é o conjunto de medidas utilizadas para prevenir ou minimizar as consequências de acidentes. A estudante Ana Beatriz Campanholo também mudou seus hábitos depois de ter causado um acidente. “Estava dirigindo próximo a um semáforo, comecei a enviar uma mensagem, não percebi que o carro da frente parou e acabei colidindo. Agora não utilizo nenhum recurso do celular com o carro em movimento”.

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