No quinto dia do Festival de Antonina, as portas do Theatro Municipal abriram-se para pequenos e ansiosos antoninenses, que correram em direção às primeiras fileiras. A curiosidade pelo cenário, já iluminado, era grande: um oceano repleto de latinhas, plástico, garrafas, estopa, escovas de dente e brinquedos se espalhava pelo palco. Ao som de um apito, começava a peça “Duende do Lixo”, da Companhia GeoGrafia da Arte.
“A peça fala sobre os entes do lixo: as pessoas que fazem do lixo a sua sobrevivência”, explica o diretor e ator do espetáculo, Gerson de Andrade. Junto com ele, Simone Magalhães e Lúcia Helena Martins encantaram não só as crianças como também os diversos adultos presentes na sessão.
A história é uma crítica ao consumismo excessivo e conta a saga das personagens Dom e Princesa, brinquedos abandonados em um aterro de lixo depois que seus donos ganharam outros presentes e equipamentos eletrônicos. No lixão, os dois encontram o Duende do Lixo, que lhes dá esperança de uma segunda chance.
Segundo Priscila Novaes, antoninense de 10 anos, a peça foi uma lição de ecologia. “Gostei muito do espetáculo por que ele ensina a reciclar, a não destruir as florestas e a não jogar lixo no chão”.
Andrade afirma que, com a história, propõe uma reflexão para salvar o planeta. Para ele, o mundo está doente e precisa de ajuda. O cenário é completamente feito de lixo, fato que pôde ser comprovado por espectadores curiosos ao fim da peça. “A cada peça, o lixo aumenta, mas ele aumenta no mundo também”, conclui Andrade.