Garrafas d”água, tênis confortável, mochila nas costas. Então, sair pelo meio do mato até encontrar o Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Antonina. Esse foi o roteiro de quatro curitibanos cuja vontade de participar das festividades foi grande o suficiente para manter a força nas pernas durante todo o caminho da trilha do Itupava, que os levou de Quatro Barras, município próximo a Curitiba, até pouco antes de Morretes.
Os aventureiros são Tiago Melo, Daniel de Andrade, Pedro Cordeiro e Roger Fiusa. Com exceção de Daniel, todos são estudantes da UFPR, e já tinham ido pelo menos uma vez ao Festival.
Quase até Morretes
A disposição dos meninos bastou para trazê-los quase até Morretes. Quase, em determinado momento, foram obrigados a pedir carona. “Viemos mais rápido do que em uma caminhada, os músculos já estavam doendo”, diz Tiago. A carona que os levou até Morretes, onde pegaram um ônibus para chegar a Antonina, chegou cerca de 15 minutos depois de terem parado de andar.
Segundo Daniel, a parte mais difícil da viagem é carregar as malas. “Tivemos que revezar a bagagem várias vezes porque uma mala estava mais pesada que as outras”, conta ele.
Roger conta que a distância percorrida pelo grupo foi de cerca de 25 quilômetros. “Saímos de Quatro Barras lá pelas dez da manhã. Quando chegamos em Antonina, já eram oito da noite”, diz. Tiago já havia percorrido o trajeto uma vez, e se anima quando fala que passou por momentos perigosos. “Da última vez, estávamos na trilha do trem e ouvimos o barulho dele se aproximando”, conta. Tiago diz que tiveram que fugir para o ponto mais afastado para evitar acidentes. “Quase morri”, brinca ele, de bom humor.
Arranhões e músculos machucados
Sobre como foi fazer a trilha pelo meio do mato, Roger confessa que as paisagens não são a única lembrança. “Isso aqui foi tudo da viagem”, explica ele, enquanto levanta a bermuda e mostra alguns arranhões na perna. “A gente está sem conseguir subir um degrau, porque os músculos estão machucados”, explica.
A idéia de ir de Curitiba para Antonina a pé não é exclusividade do quarteto. Helder Campos e Rafael Souza seguiram o mesmo caminho e vieram andando do Centro de Curitiba até Morretes. Estudantes de Medicina e Biologia na UFPR, respectivamente, eles costumam fazer trekking urbano, caminhadas por dentro da cidade, e, por isso, o condicionamento físico não foi problema.
Dedão em riste
A carona foi um recurso também usado pela dupla, que pagou 2 reais a um taxista que concordou em levá-los por mais um trecho do caminho. “Foi difícil encontrar uma alma caridosa que topasse dar carona a estranhos”, conta Helder, que perdeu uma regata no caminho. “Subimos em uma elevação para observar a paisagem, e a camiseta caiu lá embaixo”, lamenta ele, rindo.
Mesmo com todas as dificuldades, arrependimento para eles não existe. Como revela Daniel “as pessoas que a gente conhece no caminho e o sentimento de fazer a trilha são maravilhosos, faz valer a pena”.