qua 04 dez 2024
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Até a pé nós iremos

Garrafas d”água, tênis confortável, mochila nas costas. Então, sair pelo meio do mato até encontrar o Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Antonina. Esse foi o roteiro de quatro curitibanos cuja vontade de participar das festividades foi grande o suficiente para manter a força nas pernas durante todo o caminho da trilha do Itupava, que os levou de Quatro Barras, municí­pio próximo a Curitiba, até pouco antes de Morretes.
Os aventureiros são Tiago Melo, Daniel de Andrade, Pedro Cordeiro e Roger Fiusa. Com exceção de Daniel, todos são estudantes da UFPR, e já tinham ido pelo menos uma vez ao Festival.

Quase até Morretes

A disposição dos meninos bastou para trazê-los quase até Morretes. Quase, em determinado momento, foram obrigados a pedir carona. “Viemos mais rápido do que em uma caminhada, os músculos já estavam doendo”, diz Tiago. A carona que os levou até Morretes, onde pegaram um ônibus para chegar a Antonina, chegou cerca de 15 minutos depois de terem parado de andar.
Segundo Daniel, a parte mais difí­cil da viagem é carregar as malas. “Tivemos que revezar a bagagem várias vezes porque uma mala estava mais pesada que as outras”, conta ele.
Roger conta que a distância percorrida pelo grupo foi de cerca de 25 quilômetros. “Saí­mos de Quatro Barras lá pelas dez da manhã. Quando chegamos em Antonina, já eram oito da noite”, diz. Tiago já havia percorrido o trajeto uma vez, e se anima quando fala que passou por momentos perigosos. “Da última vez, estávamos na trilha do trem e ouvimos o barulho dele se aproximando”, conta. Tiago diz que tiveram que fugir para o ponto mais afastado para evitar acidentes. “Quase morri”, brinca ele, de bom humor.

Arranhões e músculos machucados

Sobre como foi fazer a trilha pelo meio do mato, Roger confessa que as paisagens não são a única lembrança. “Isso aqui foi tudo da viagem”, explica ele, enquanto levanta a bermuda e mostra alguns arranhões na perna. “A gente está sem conseguir subir um degrau, porque os músculos estão machucados”, explica.
A idéia de ir de Curitiba para Antonina a pé não é exclusividade do quarteto. Helder Campos e Rafael Souza seguiram o mesmo caminho e vieram andando do Centro de Curitiba até Morretes. Estudantes de Medicina e Biologia na UFPR, respectivamente, eles costumam fazer trekking urbano, caminhadas por dentro da cidade, e, por isso, o condicionamento fí­sico não foi problema.

Dedão em riste

A carona foi um recurso também usado pela dupla, que pagou 2 reais a um taxista que concordou em levá-los por mais um trecho do caminho. “Foi difí­cil encontrar uma alma caridosa que topasse dar carona a estranhos”, conta Helder, que perdeu uma regata no caminho. “Subimos em uma elevação para observar a paisagem, e a camiseta caiu lá embaixo”, lamenta ele, rindo.
Mesmo com todas as dificuldades, arrependimento para eles não existe. Como revela Daniel “as pessoas que a gente conhece no caminho e o sentimento de fazer a trilha são maravilhosos, faz valer a pena”.

Hendryo André
Professor do curso de Jornalismo da UFPR. Orientador do Jornal Comunicação.
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Professor do curso de Jornalismo da UFPR. Orientador do Jornal Comunicação.
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