Nos dias 01 a 06 de setembro, 18 trabalhos de estudantes de comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) concorreram no Prêmio Expocom Nacional, na edição do ano de 2025 que aconteceu durante o Intercom Nacional, em Vitória, no Espírito Santo. Nove dos trabalhos foram campeões de suas categorias.
O Congresso de Ciências da Comunicação do Brasil tem como objetivo estimular o diálogo entre a academia e o mercado de Comunicação. Dentro do evento Intercom, o Expocom (Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação) é uma premiação voltada para dar visibilidade à criatividade e ao conhecimento técnico de estudantes da graduação e da pós-graduação.
Além da premiação, os autores de artigos podem ser submetidos aos Grupos de Trabalhos (GT’s), ao Fórum Ensicom e à Jornada de Extensão para concorrer ao Prêmio Intercom de Comunicação para Transformação Social. Ademais, o encontro é dividido em duas grandes partes, a primeira é o congresso regional (dividido entre as cinco regiões do país) e a segunda é a nacional (Intercom Nacional). Em 2025, o congresso regional aconteceu em Chapecó, Santa Catarina, na Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), que ocorreu durante o início de julho deste ano.
Etapa Nacional
Ficou marcado em mim a troca entre estudantes de diferentes estados do Brasil, poder ver a riqueza de produção e pesquisa na comunicação, compartilhar entre amigos as conquistas e levar o nome da UFPR para todo o Brasil.
Vitória Smarci, aluna de jornalismo
Vitória Smarci, aluna de Jornalismo do 5° período, vencedora da categoria “Documentário jornalístico e grande reportagem em áudio e rádio” com o trabalho “Agroecologia: Semeando o Futuro”, explica que o tema surgiu enquanto estavam envolvidos na Jornada de agroecologia de 2024 para a matéria laboratorial de rádio e que se surpreendeu como a temática é pouco discutida no meio acadêmico.
“Não imaginei que poderia ganhar o prêmio diante de temas tão diversos e importantes também. Ganhar o prêmio ainda na graduação é uma alegria gigantesca. Além de poder dar visibilidade para o cotidiano dos trabalhadores entrevistados que são a base de tudo, quem constrói a agroecologia todos os dias. Ficou marcado em mim a troca entre estudantes de diferentes estados do Brasil, poder ver a riqueza de produção e pesquisa na comunicação, compartilhar entre amigos as conquistas e levar o nome da UFPR para todo o Brasil”, ressalta Vitória.
A Universidade também é destaque no campo de extensão. O Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP) foi ganhador do prêmio “Projeto de Extensão”, com o CineClube Trans, que realiza sessões de filmes produzidos e protagonizados por pessoas trans. Ana Luiza Moretti, aluna do curso de Relações Públicas e participante do Núcleo, esclarece que o CineClube é um dos 10 projetos que compõem o programa e foi escolhido para concorrer nesta categoria.
Ana Luiza reitera que o projeto é muito importante para a relevância e visibilidade da população trans que é tão marginalizada e excluída dentro da sociedade. Além da participação do congresso que marcou a sua graduação. “Sinto que esses nove prêmios foram de cada um do Departamento de Comunicação, porque cada conquista nossa, é o nosso dia a dia. Só quem vive a extensão sabe o quanto você se dedica. Porque é algo que a gente ama fazer, é algo puro”.
“Esse prêmio meio que prova que precisa sim haver mais investimento na nossa formação como pesquisadores e na educação no geral também. Eu acho que fica esse sentimento de orgulho imenso, mas de que a gente pode fazer muito mais quando a gente tem as ferramentas certas nas nossas mãos assim.”
Alice Lima, estudante de Jornalismo
Outro projeto premiado foi a ‘Agência Escola UFPR’, criado para conectar ciência e sociedade praticando divulgação científica. Alice Lima, estudante de Jornalismo e aluna líder do trabalho conta que o trabalho surgiu dentro do Núcleo de Jornalismo da Agência Escola, a partir da sugestão da orientadora Maira Gioia, e reuniu matérias produzidas sobre pesquisas em diferentes áreas da UFPR.
Para Alice, a conquista representa um orgulho imenso ainda na graduação e reforça a importância do jornalismo em aproximar a ciência da sociedade, além de mostrar que a comunicação é uma construção coletiva, resultado da orientação dos professores e do apoio dos colegas. “Esse prêmio meio que prova que precisa sim haver mais investimento na nossa formação como pesquisadores e na educação no geral também. Eu acho que fica esse sentimento de orgulho imenso, mas de que a gente pode fazer muito mais quando a gente tem as ferramentas certas nas nossas mãos assim,” afirma.
Na hora da apresentação avaliativa do Vidas no Positivo no Expocom, percebi que não estávamos apenas defendendo um projeto para jurados, mas compartilhando uma história de vida. Enquanto falávamos do Vidas no Positivo, olhei ao redor e vi a banca e colegas, até mesmo alguns que estavam concorrendo conosco, emocionados, com lágrimas nos olhos.
Marya Marcondes, estudante de Jornalismo
A UFPR foi representada em diversas áreas e categorias, dentre elas, a de Produção Transdisciplinar, em que podem concorrer trabalhos que envolvem a colaboração e integração de diferentes áreas do conhecimento. A estudante de Jornalismo, Marya Marcondes, integrante da equipe premiada com o projeto Vidas no Positivo, conta que a iniciativa nasceu de uma reedição do livro realizada na disciplina de Projeto Gráfico e Editorial, que buscou não apenas reformular o visual e incluir novos conteúdos, mas também consolidar anos de trabalho em uma devolutiva humana e participativa. “O Vidas no Positivo me mostrou o poder da comunicação quando ela nasce da escuta e do afeto, e esse prêmio é a prova de que vale a pena acreditar nisso”, ressalta.
Além do livro, a produção do podcast Entrelaços ampliou as vozes do grupo Reatar e fortaleceu o caráter integrado do projeto, que culminou em um evento pensado como reconhecimento aos protagonistas das histórias. Marya relembra a emoção durante a apresentação: “na hora da apresentação avaliativa do Vidas no Positivo no Expocom, percebi que não estávamos apenas defendendo um projeto para jurados, mas compartilhando uma história de vida. Enquanto falávamos do Vidas no Positivo, olhei ao redor e vi a banca e colegas, até mesmo alguns que estavam concorrendo conosco, emocionados, com lágrimas nos olhos.”
O desempenho da UFPR no Intercom Nacional não só celebra os talentos presentes, mas também evidencia que a universidade merece mais investimentos e apoio para ampliar e incentivar ainda mais sua produção acadêmica. A pesquisa e extensão são os pilares da Universidade e fazem a diferença na trajetória acadêmica dos estudantes.


