ter 03 dez 2024
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A voz de quem está no front: relatos de uma UTI Covid recém-fechada

Psicóloga Natália Ferreira conta bastidores de enfrentamento à covid-19, uma das maiores crises de saúde mundiais

Desde 2020, acompanhamos um cenário de horror no Brasil: Unidades de Terapia Intensiva (UTI) alocadas para atender exclusivamente pacientes com casos graves de Covid-19 foram abertas e rapidamente atingiram a capacidade máxima, ficando sem equipamentos e insumos básicos e motivando o afastamento compulsório de profissionais da saúde exaustos. Nas últimas semanas, porém, o avanço da vacinação no Brasil e a queda do número de casos graves tem proporcionado um momento de alívio: vídeos nas redes sociais registram a emoção de equipes multiprofissionais encerrando as atividades dessas UTIs.

No final de setembro foi a vez da UTI Covid 5, a maior do Hospital de Base de São José do Rio Preto (HB) – a 442 km da capital paulista e 11ª cidade mais populosa do estado. A ala exclusiva, que agora receberá pacientes de outras doenças, foi aberta em julho de 2020, mês em que o Brasil ultrapassou a marca de 92 mil mortos pelo vírus e registrava mais de 2,5 milhões de casos. Na época, a psicóloga Natália Cirigussi Ferreira, de 24 anos, atuava apenas no Pronto Atendimento do hospital, mas a partir de março de 2021 passou a fazer parte da equipe multiprofissional que trabalhava na UTI.

Centenas de pessoas foram atendidas na unidade, que possuía 44 leitos sempre ocupados e com alta rotatividade. “Lembro que no auge da pandemia os leitos esvaziavam, muitas vezes por óbitos, e a limpeza era feita imediatamente para que outro paciente ocupasse o lugar. Eu trabalho seis horas por dia, mas, muitas vezes, fiz hora extra pela demanda dentro da unidade”, relata Natália. Assim como todos os profissionais que atuaram no front, a psicóloga tinha papel fundamental no acolhimento, não só dos pacientes internados, mas também de seus familiares. Sua principal ferramenta de trabalho foi um tablet, que possibilitava o contato entre os acamados e seus entes queridos.

Nos piores momentos do hospital durante a pandemia, Natália era quem fortalecia a humanização da UTI com iniciativas simples: crachás com fotos sem máscara permitiam que os pacientes conhecessem o rosto dos profissionais sem todo o equipamento de proteção; na via contrária, fotos dos internados em cima de seus leitos faziam com que a equipe soubesse quem estava por trás dos aparelhos de entubação (procedimento que tornava irreconhecível a aparência de muitos atendidos). Ao chegar à ala, a psicóloga checava as informações sobre todos os pacientes, além de conferir pessoalmente o estado de cada um. Pelo tablet, enviava um informativo aos familiares explicando sobre a unidade, os tipos de profissionais da equipe de atendimento, além de se apresentar e falar o propósito daquele informativo. “Era um canal aberto no qual os pacientes conversavam comigo todos os dias e podiam enviar áudios, vídeos, fotos, me enviavam as fotos pra que eu colocasse em cima dos leitos e fazíamos vídeo chamadas também. Eu desenvolvia um relacionamento com essas famílias e por isso era um trabalho emocionalmente desgastante. Imagine se relacionar com quarenta e quatro familiares diferentes e pacientes?”, ressalta.

Natália não chegou a conhecer muitos de seus pacientes, pois chegavam entubados e faleciam em seguida. O trabalho dela também era acolher quem estava consciente e orientado, além de atender inclusive funcionários da equipe quando necessário. Nos atendimentos de emergência, a equipe solicitava sua presença para auxiliar pacientes em sofrimento nos procedimentos de entubação – a prática de incluir a psicologia nesses momentos não era comum no início da pandemia, mas, segundo Natália, tornou-se uma necessidade.

“Existir a equipe multiprofissional, de uma maneira que eu nunca tinha visto, me fez entender melhor ainda o trabalho de uma fisioterapeuta hospitalar, de uma dentista hospitalar… Eu via aqueles lábios super fissurados e a dentista fazia laser! Então era um aprendizado diário, de uma maneira jamais vista”. Natália, por exemplo, realizava videoconferências diariamente com familiares dos internados, aliviando a angústia de quem recebia dos médicos durante apenas três minutos um boletim informando um resumo sobre o estado de saúde dos pacientes. Toda a equipe tinha uma rotina de trabalho muito articulada, na qual todas as especialidades se complementavam.

“Era uma coisa muito boa, apesar de ser um momento horrível. Acho que as coisas mais horrorosas que eu vi na minha vida inteira foram relacionadas à UTI, mas a equipe era muito gostosa e tinha um relacionamento muito positivo com todo mundo tanto. Tanto que quando acabou, foi difícil”. A UTI 5, do HB São José do Rio Preto/SP, acolheu pacientes durante 19 meses e recebeu uma homenagem nas redes sociais quando fechou. Confira abaixo, na íntegra, o depoimento de Natália sobre os momentos mais desafiadores.

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O início

“Eu nunca passei por nada parecido, nada que se compare à grandiosidade que foi essa pandemia. Nunca na história do Hospital de Base, por exemplo, nós falávamos com uma mãe, ela morria, limpava o leito correndo, mas não sabíamos que quem estava internado em outro leito era o filho dessa mulher que tinha morrido. E a angústia desse filho? ‘Eu sei que a minha mãe está internada, mas eu não tenho notícia dela’. Nunca na história do HB houve esse tipo de coisa.

Lembro também de fazer uma videochamada pra um paciente no momento de despedida, mas a família estava no velório de alguém que também foi meu paciente e que tinha morrido por covid. Então é algo único na história, né? Nunca na minha vida vi tanta gente morrer de uma vez e de uma maneira triste, se despedindo por uma tela de celular e depender também de quantas pessoas estavam morrendo naquele momento – porque se estavam morrendo pessoas ao mesmo tempo, eu tinha que escolher. Mas eu tinha que escolher aleatoriamente ou fazia só um pouquinho para as duas pessoas? Muitas vezes não deu tempo. Tudo isso é único. Quando eu atendia pacientes na emergência, por exemplo, era um outro tipo de abordagem, outro tipo de sofrimento. Você pode afirmar que [o paciente] não está correndo risco de morrer, você consegue falar isso muitas vezes para um paciente de emergência. Mas para um paciente mal de covid, você não pode. Mesmo que uma mulher nova não tenha comorbidade, pode ser que ela piore, que até pegue uma bactéria hospitalar e morra. É assim, único e inexplicável.

Quem cuida também precisa de cuidados

Participei do estudo da CoronaVac, assim que abriu eu já estava lá. ‘Pelo amor de Deus, né gente, me aceita!’ [risos]. Descobri que tomei o placebo, depois eu tomei a primeira dose e enfim, já estou vacinada. Nunca tive covid, mas era um medo, né? Minha mãe tem 56 anos, meu irmão é vítima de um politraumatismo no início da fase adulta dele e tem estenose de traqueia, eu moro com uma fumante e meu sogro é muito idoso… então era um pavor pegar covid, já fiquei com suspeita cinco vezes. 

Era muito angustiante ver pessoas morrendo de covid. Lembro de uma mulher de Macedônia [cidade da região de São José do Rio Preto/SP] que morreu e era uma pessoa mais nova que a minha esposa, da mesma cidade que ela; aquilo me deixou muito apavorada. Uma pessoa completamente saudável pegou covid grave e morreu, simples assim. Então lidar com isso todos os dias, vendo pessoas da sua idade, idade do irmão, da mãe, da avó, enfim… Ver pessoas que um dia estavam conversando, piorando e morrendo dava uma sensação de pavor mesmo.

Eu sou formada em Psicologia e no início da pandemia estava no início da especialização. Então fiquei em uma emergência hospitalar e muitas vezes atendia pessoas. Uma vez me solicitaram por que uma mulher estava com crise de pânico. Era muito no início da pandemia [no Brasil], foi mais ou menos em março [de 2020]. Fiz uma técnica de respiração, ela internou e depois descobrimos que era covid positivo. Fiquei ‘p*** que pariu, né?’. Eu estava no início, recém-formada, lidando com isso. Os sinais eram confusos e aí pra me ambientalizar melhor, e como a minha supervisora era subchefe de serviço, ela me incluiu no fluxo dos atendimentos covid.

Eu atuei desde o início com os familiares, fazia teleatendimento para todos os pacientes internados no Hospital de Base por covid – e não só eu, mas outros vários profissionais também. Quando terminei meu aperfeiçoamento, tinha feito mais de 600 teleatendimentos. No fim disso, que foi em fevereiro do outro ano [2021], fui convidada a ser contratada e aí que iniciou essa experiência. Fui direto pra enfermaria e depois de um mês, viram que precisavam de mais pessoas e me colocaram nessa UTI onde eu fiquei, que é a maior.

Não teve preparação pra esse teleatendimento. A gente pensou em como seria mais ou menos, tinha um roteiro base, uma psicoeducação – a gente também fazia orientação institucional. Só que também não se sabia, né? No início não tinha material, não se sabia as demandas que surgiriam, não sabiam exatamente qual os medos e também qual estratégia melhor usar. Era tudo novo. Os artigos ainda não tinham sido publicados, não tinha o que estudar. Era muito difícil e frustrante lidar com o medo das pessoas e não entender tanto por que aquele medo. Ouvir as pessoas internando, testando positivo para a doença, mas não via o desenrolar daquilo. Só via pela televisão e era tudo muito aterrorizante. Não tive nenhuma preparação. Nesse sentido acho que ninguém estava preparado, mas a chefe de serviço se manteve à disposição pra conversar. 

Nos intervalos, a pscóloga Natália Cirigussi Ferreira, de 24 anos, aproveitava para registrar alguns momentos (Foto: reprodução/Arquivo pessoal)

Desde a minha graduação, faço acompanhamento psicológico. Como sou psicóloga clínica e abordo a parte da orientação psicanalítica, fazer análise é um dos pilares pra ser psicanalista. Eu fazia acompanhamento psicológico e foi bem difícil. Eu também estava lidando com o luto, na época, da minha melhor amiga que morreu de acidente de moto. Então eram muitos sentimentos ambíguos, precisei passar por psiquiatra e até hoje tomo remédio. No meu último retorno, eu estava num processo depressivo e eu sinto que tem muita consequência do que eu vivi nessa pandemia. Era muito desgastante fisicamente e emocionalmente: às vezes passava um plantão inteiro tomando água apenas nos meus quinze minutos de descanso; tomava água, fazia um xixi, sentava, comia alguma coisa… ‘pronto!’, levantava e voltava a trabalhar. Eu chegava na minha casa morta e ainda tinha meus pacientes pra atender. Já era o modo automático. Aí você chega em casa e o seu celular não parar de apitar, de falar que o paciente tal piorou e dos colegas comentando… era vivenciar aquilo muito, muito, muito… Até fui classificada de amiga chata, porque eu literalmente não vi ninguém. Não fui aos churrascos, em encontro de amigos, e vi minha família raríssimas vezes.

E os momentos fora do trabalho, muitas vezes eram mais trabalho. Sou psicóloga clínica e tenho o meu consultório on-line, tenho os meus pacientes e atendo o público adulto. Eu saía do hospital e ia nos meus atendimentos, muitas vezes eu não via minha família. Ficava aqui em casa, não ia jantar, pedia delivery, ficava faxinando. Na real, pra ser totalmente sincera,o desgaste emocional era tanto que às vezes eu não conseguia nem limpar minha casa. Eu fazia o básico, o mínimo. A Carol, também super cansada com as coisas dela, me ajudou muito nesse momento, porque muitas vezes eu chegava em casa e chorava. Lembro daquela moça por exemplo, quando morreu era da idade e da cidade dela [da Carol]. Cheguei em casa e abracei ela, chorava com muito medo dela pegar alguma coisa de mim e morrer também.

No fim de semana não tinha psicólogo lá, então, às vezes, no início da pandemia, no auge, eu dava plantão de fim de semana mas não era paga pra isso. Eles colocavam no banco de horas. A gente fazia mais pelo sentimento de culpa se a gente não fosse, era uma culpa que a gente carregava. Pelo menos eu carregava. Era como se você sempre tivesse que fazer mais, porque como que você ia aproveitar [o final de semana] que você só viu gente sofrer e morrer na semana inteira. Eram sentimentos negativos muito grandes porque você quase não se autorizava quase não, você completamente não se autorizava. Porque você tem noção do que eram quinhentas memórias morrendo, porque você estava vivendo isso todo dia.

Inclusive eu me irritava com as pessoas que ficavam fingindo que nada estava acontecendo. Eu, tipo: ‘Gente, vocês estão rindo do quê?’ Três mil pessoas morreram hoje, estamos de luto. Eram constantes sentimentos de luto, então eu não tinha um momento de lazer, fazia apenas o básico. Fiquei muito sedentária, estou sedentária inclusive até hoje. Como eu falei, desenvolvi esse transtorno depressivo. Era sobrecarregada pra c****** e então eu usava o fim de semana pra recarregar as energias em casa, eu e a Carol. A gente dormia bastante, via filme, namorava. Foi o que me salvou, a companhia dela. Quem mora sozinho, entre pessoas que eu conheço, ficou muito muito mal. Tive paciente e profissional da saúde que tentou suicídio em época de pandemia e que moravam sozinhos. Eu tinha essa rede de apoio, foi o que me carregou, me deu força, o pilar essencial. Sem isso nem sei como seria, acho que teria adoecido.

Realmente, a gente vai revivendo e entrando em contato e fala aberta é essa catarse dos sentimentos. Então foi muito gostoso também falar de tudo isso que eu vivi, porque não é uma coisa que fico contando. É uma coisa pesada, não é todo mundo que tem interesse de ouvir e não são todas as pessoas que compreendem a profundidade e a gravidade que foi. Eu te agradeço por ter se disponibilizado a me ouvir. São coisas realmente muito importantes pra mim, são vivências difíceis, dolorosas, mas gratificantes no fim das contas. Gratificante até por ter sentido todas essas coisas ruins, mas ter vivido e ter carregado essa p*** dessa bagagem, dessa experiência que me fez uma profissional melhor, uma pessoa melhor. Se eu não tivesse passado por isso, se alguém me contasse não seria a mesma coisa.

Conforto a quem precisa

Nenhum familiar recusou um atendimento, mas muitas vezes eles descarregavam os conflitos em mim. É interessante também o período sazonal da pandemia. No início  todos os familiares, em sua grande maioria, eram muito gratos por poder falar com esses pacientes. E com a vacinação as pessoas começaram a achar que já não era tão sério. Então queriam visitar presencialmente, e isso não podia acontecer. Eles ficavam irritados, frustrados e eram internações extremamente longas. Eu lembro que teve paciente que ficou cento e quatro dias. Os familiares queriam ir e os médicos não autorizavam. Alguns autorizavam, outros não, era caso a caso. Depois do início da vacinação, eles descontavam em mim, mas não dispensavam o atendimento. Era um trabalho bem desgastante.

Tinham famílias que me davam presentes, mesmo de pessoas que tinham morrido. As famílias me agradeciam, me davam presentes por eu ter proporcionado momentos juntos, pacientes que tiveram alta voltavam. Eu vi gente morrer de maneiras que eu nunca havia visto. Isso me fez também ser mais corajosa e lidar melhor com a morte, me ajudou até no enfrentamento, muitas vezes na piora dos sintomas, com o luto da minha amiga. Também me fez entender a finitude: hoje quando eu vejo a minha mãe, as vezes em que abraço ela e me dá até vontade de chorar. É uma coisa tão gostosa que eu tinha medo de não dar pra ficar mais. Ficar perto da Carol [a esposa] começou a ser muito mais gostoso. Hoje então dou muito valor às coisas que não dava antes. 

A UTI se fechando é uma coisa muito ambígua. Quando aquele cenário de pessoas morrendo sem parar começou a reduzir, aquilo foi me dando um conforto, mas também ia me dando uma p***  indignação porque as pessoas não paravam de internar porque não tomavam a p**** da vacina.

Natália Cirigussi Ferreira, psicóloga

Fiquei muito feliz por fazer parte de uma coisa histórica. Tenho imagens da UTI. Quando conto pra minha família ou aqui em casa, parecia um filme. A sensação que eu lembro: imagine um lugar muito, muito grande, dividido em blocos, com oito pacientes em cada uma, com duas copas, um lugar todo branco. Imagina você entrar em um lugar desse e metade dessas pessoas estão entubadas, e dessas entubadas pelo menos uns 70% pronadas [posição de quem está deitado com o peito para baixo]. E as outras pessoas acordadas ou já foram entubadas, estão traqueostomizadas ou acabaram de chegar totalmente aterrorizados. Algumas pessoas eram entubadas nem tanto pela doença, mas pela condição emocional em que elas ficavam. Às vezes, uma pessoa dava entrada e tinha uma ansiedade exacerbada, ficava agitada e por conta dessa agitação, o oxigênio saturou e não conseguiu manter, então precisa de entubação. 

Era muita coisa, sabe? E quando tudo isso foi passando, dava um p*** alívio, uma p*** esperança, mas também um medo das pessoas esquecerem do que aconteceu. Quando eu vejo as pessoas falando de carnaval, por exemplo, penso como que podem esquecer ou não dar tanta importância… Acho que o que aconteceu nessa pandemia nunca pode ser esquecido. É tipo o holocausto na minha cabeça, porque é tão grave. O que houve com essas pessoas foi a morte mais triste que eu já vi na minha vida. Até então, a morte mais triste que eu já tinha visto foi a de uma menina assassinada pelo namorado com 27 facadas no corpo inteiro; eu vi ela viva, agonizando e nunca senti tanto cheiro de sangue. Essa imagem está na minha cabeça e nunca tinha visto algo pior na minha vida até eu ser psicóloga covid.

Então você tem medo de que as pessoas esqueçam, né? Você tem medo de que as pessoas esqueçam desses pacientes. Eu tinha esse sentimento de que tinha que honrar a vida daquelas pessoas porque, muitas vezes, eu fui a última pessoa que conversou com esse paciente. Várias vezes eu fiz chamada de vídeo de despedida, fazia carinho no cabelo dos pacientes e na hora que eu desligava, via o monitor zerar e ficava ali. 

Foi gratificante, valeu muito a pena ter feito tudo isso. Me sinto feliz de terem me escolhido. Depois dessa UTI, o chefe dos médicos me chamou para a UTI dele porque fui muito reconhecida no que eu fiz. Esse trabalho das fotos virou reportagem, eu sai na televisão, fiz crachá humanizando aos profissionais. Era uma coisa muito boa, me tornei uma psicóloga muito humana, muito proativa, pronta para o que tiver que fazer e sei que dou conta. Deu uma autoestima muito boa enquanto profissional, então nisso valeu a pena também”.

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Hoje, Natália é psicóloga clínica e da saúde. Atua em UTI (não covid) e é uma das preceptoras do Pronto Atendimento do HB.

Mariana Souzahttps://marianasouzajor.wixsite.com/portfolio
Graduanda em Jornalismo na UFPR. Foi extensionista no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-UFPR) e do Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP-UFPR). É interessada em temas como cultura, política e saúde.
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Mariana Souzahttps://marianasouzajor.wixsite.com/portfolio
Graduanda em Jornalismo na UFPR. Foi extensionista no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-UFPR) e do Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP-UFPR). É interessada em temas como cultura, política e saúde.
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