sex 29 mar 2024
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Atletas olímpicas voltam a Curitiba para reavivar a ginástica artística

Novas gerações da ginástica treinam em Curitiba.   Foto: Carlos Poly/ACS

Atletas reconhecidas da ginástica artística feminina, Daniele Hypólito e Jade Barbosa já disputaram Olimpíadas, Jogos Pan-Americanos, Mundiais e outros campeonatos internacionais. Com a crise financeira do Flamengo, que encerrou as atividades olímpicas no início do ano, as atletas ficaram sem um local de treinamento de alto nível. As duas reencontraram no Centro de Excelência de Ginástica (Cegin), em Curitiba, o novo ambiente de trabalho.

De olho nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, Daniele e Jade receberão forte treinamento. As atletas serão comandadas por cinco técnicos. Um dos comandantes, inclusive, é conhecido das ginastas: o ucraniano Oleg Ostapenko é ex-treinador da seleção brasileira da modalidade e foi um dos responsáveis pela melhor fase da ginástica nacional.

Devido à estrutura, o Cegin é referência entre os clubes brasileiros. A presidente da Federação Paranaense de Ginástica, Vicélia Florenzano, afirmou que o local é um dos clubes que mais coloca atletas na seleção brasileira. De acordo com Vicélia, o ginásio abriga duas atletas que fizeram parte da equipe nacional na última Olimpíada, Ethiene Franco e Harumi Freitas. Para a próxima edição dos Jogos, mais atletas da casa deverão compor o grupo brasileiro. “O Brasil aproveita esse espaço treinando ginastas para estarem prontas para competições de alto nível, dando uma estrutura que poucos têm no restante do país”, diz a presidente.

A volta de atletas de alto nível para a cidade é benéfica para a atual e para as futuras gerações, para quem ainda está nos primeiros passos na ginástica. Segundo Fernando Mezzadri, professor de Políticas Públicas de Esporte e Lazer na UFPR, “atletas espelhos” de alto rendimento ajudam a dar corpo aos projetos. Vicélia reitera a admiração que as atletas mais novas têm pelas ginastas profissionais. “As meninas querem chegar ao mesmo patamar, então é muito importante ter alguém que elas admiram no mesmo ginásio”, afirma.

 

Referência nacional

Mesmo com mudança da sede da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) para Sergipe, Curitiba não deixou de ser referência na ginástica artística feminina. A cidade é reconhecida por ter treinado atletas de alto rendimento como Daiane do Santos e a própria Daniele Hypólito.

Por essa importância da modalidade, o governo do Paraná investe na estrutura do Cegin e em outros projetos, com intuito de aumentar o rendimento olímpico da ginástica. Para Vicélia, o apoio do governo é muito importante para o esporte. A presidente conta que a estrutura do ginásio é oferecida pelo estado e revela que “50% do apoio à modalidade” vem do governo.

Para Mezzadri, o auxílio das políticas públicas à ginástica artística não é suficiente. “São necessárias políticas de esportes em nível mais amplo, não apenas de alto rendimento, mas também educacional e participativo”, aponta o professor.

A Prefeitura de Curitiba apoia a ginástica artística na fase de iniciação de atletas. Com o Programa de Atendimento Sócio-Esportivo (PASE), realizado pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, diversas modalidades são atendidas. No PASE, a ginástica abrange crianças de 4 a 17 anos, com o objetivo da socialização através do esporte. “Possuímos uma estrutura diferenciada e nossas turmas são separadas por nível e idade”, conta Ana Paula, uma professora do projeto. “Apesar do distanciamento, as crianças daqui também se espelham em atletas como a Daniele e a Jade”, completa.

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