qua 30 abr 2025
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“Brio Breu” ilumina o Festival de Curitiba
com lições sobre medo, diversidade e amizade

Através de música e elementos lúdicos, espetáculo infantil aborda com leveza temas da contemporaneidade e destaca a importância da união e inclusão

Medo, insegurança, diversidade e amizade. Em meio à programação diversificada do Festival de Curitiba 2025, o espetáculo “Brio Breu” se destacou por abordar questões sociais de forma lúdica e leve. A peça  explora os medos e inseguranças que permeiam o universo infantil, especialmente aqueles relacionados à escuridão e ao desconhecido.

Apresentada nos dias 5 e 6 de abril no Espaço Fantástico das Artes, o espetáculo utilizou uma combinação envolvente de música e elementos lúdicos para transportar a audiência ao universo de Brio, um menino que teme a escuridão. A narrativa ganha um toque especial com a personificação da escuridão em sua irmã, Breu. A jornada dos irmãos serve para ressaltar a mensagem de que a união, o amor e a compreensão mútua são capazes de dissipar os medos, permitindo que todos os enfrentem juntos.

Propósitos da criação

Peça utiliza texto falado, performance lúdica e trilha sonora para contar a história. Vídeo: Maíra Becker

“Brio Breu” cumpre o objetivo  ao utilizar diversas formas da linguagem teatral para narrar uma história que aborda questões sociais importantes e delicadas para o público infantil. A diretora e co autora da produção, Mariana Mello, compartilha a motivação por trás da criação da peça: “Nossa ideia era pensar em um trabalho de teatro autoral voltado para as crianças que tratasse de temas contemporâneos importantes de serem conversados com elas atualmente. O foco não era desenvolver uma peça didática, mas sim gerar reflexões importantes sobre inclusão, racialidade e acessibilidade”. 

A inserção de outras camadas dramatúrgicas, principalmente as músicas cantadas ao vivo, atuaram como elementos complementares à narrativa. “A música permite trazer uma ludicidade e uma dinâmica maior para cena. A inspiração nos ritmos disco e blues dos anos 60, 70 e 80, que também inspiraram os figurinos, ajudam a renovar o envolvimento e manter o interesse das crianças na apresentação”, explica Mariana.

Festival para todos

 O talentoso elenco de atores celebra a diversidade no palco. Foto: Maíra Becker

A temática desta produção celebra as diferenças, reafirmando que cada ser humano é único. Isso se espelha em sua equipe de atores, composta por talentosos artistas de diferentes origens, raças e etnias.

Um dos destaques de “Brio Breu” é a atuação de Pietra Silvestri, primeira atriz com Síndrome de Down formada pela escola regular no Brasil e embaixadora com SD e autismo em um órgão público. Pietra também é influenciadora anti-capacitismo e conta com mais de 300 mil seguidores em suas redes sociais. “Eu uso o teatro e minhas páginas nas redes sociais como meios para inspirar as pessoas. Pelo Instagram, por exemplo, eu produzo conteúdos que tratam de diversidade, inclusão e acessibilidade”.

Confira a reportagem sobre Pietra:

Assim como na edição anterior, o Festival de Curitiba 2025 priorizou a acessibilidade em toda sua programação, incluindo a peça “Brio Breu”. O espetáculo ofereceu interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras), garantindo que pessoas com deficiência auditiva pudessem acompanhar integralmente a história.

Espetáculo que ensina

Brio e Breu” é uma peça para todas as idades, que nos lembra da importância de aceitar nossos medos, compreender os outros e encontrar a luz interna. Foto: Maíra Becker

A estreia de “Brio Breu” comprovou o poder do teatro como ferramenta de reflexão, aprendizado e conexão emocional, especialmente para o público infantil.  A estudante de teatro Katarina Duarte, presente na plateia, enfatizou o valor educativo da experiência: “Eu achei tudo muito didático e acho que dá para a criança tirar vários ensinamentos de tudo isso, pois o teatro é imprescindível para a criança se desenvolver enquanto ser humano”.

Essa percepção foi compartilhada pelo seu sobrinho  Richard Micael Ramos, de 8 anos, que absorveu a lição de aceitação transmitida pela história: “Eu aprendi que nunca devemos julgar alguém só por que não gostamos, temos que respeitar”.

Ouça mais sobre o espetáculo:

Reportagem por Erika Boslooper e Maíra Becker

Edição de Flávia Keretch

Ficha Técnica

Companhia: SOL-TE Companhia / Direção: Mariana Mello / Elenco: Alini Maria, Ana Paula Machado, Beth Maria, Henrique Augusto, Nathan Milléo Gualda, Pietra Silvestri / Assistência de Direção: Nathan Milléo Gualda / Dramaturgia: Mariana Mello e Nathan Milléo Gualda / Cenografia: Ana Kummer / Cenotécnico: Paulo Carneiro / Iluminação: Lucas Amado / Figurino: Daniela Carvalho / Costureira: Eloa Antunes / Sonoplastia: Gabriel Muller / Operação de Sonoplastia: Mariana Mello e Gabriela Boomer / Maquiagem e Caracterização: Gabriela Boomer / Design Gráfico: Luana Chemin / Fotos: Matteo Gualda / Produção de Vídeos: Thaynara Mesquita / Direção de Produção: Edran Mariano / Produção Executiva: Gabriela Boomer / Produção: Marianinho Produções

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