
Foi para um público de mais de 40 mil pessoas, na Boca Maldita, que Criolo cantou sua música da mais fina qualidade. Chamá-lo de rapper talvez seja limitar sua obra, mas o título lhe cai bem devido à sua militância política e social inegável contra as drogas, o preconceito e a marginalização. A mistura de hip hop com samba, soul, reggae, ritmos africanos e até bolero faz de Criolo o maior expoente da nova fase do rap nacional.
O show no Palco Conexões da Corrente Cultural 2013 começou com “Duas de Cinco”, som lançado há algumas semanas e já decorado pelos fãs. Logo nos primeiros momentos da apresentação, o rapper interrompeu o show a pedido da organização, que pedia a um grupo de jovens que se amontoava em cima de uma frágil banca de revistas para que descessem, “a vida de vocês vale muito mais que um show”, exaltou Criolo.

Entre exaltações pelos jovens e pela periferia, lembrou a importância do Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. “A luta não acabou”, dizia em referência aos direitos por igualdade e dignidade.
Encerrou a apresentação com “Bogotá”, mas retornou ao palco após súplicas do público em coro por “Vasilhame”, sucesso mais querido pelos fãs e sempre pedido como “bônus”.
O primor do show de Criolo deve-se também à sua banda, com destaque ao trio de sopro e à percussão. Inseparável também durante todo o show e há 17 anos, toda a energia de DJ DanDan acompanhando nos vocais.
