
O curso começou alguns meses após a inauguração da UFPR – ainda chamada na época de Universidade do Paraná. Junto com Direito, Engenharia, Medicina, Cirurgia e Obstetrícia, Odontologia e Comércio, Farmácia começou as atividades de maneira modesta. Da primeira turma, apenas quatro se formaram farmacêuticos. Todos anos, 100 novos alunos são aprovados no vestibular da Universidade. O número de professores também aumentou e, junto, a duração do curso, que passou a ser de cinco anos – no começo eram apenas dois. O campus, equipado com laboratórios, nem se assemelha às simples salas de aula sem estrutura do passado.
A professora Nilce Nazareno da Fonte explica que as perspectivas e o curso em si também vêm se reformulando. Em 2002, novas diretrizes curriculares do MEC definiram outros rumos para a Farmácia. Antes os maiores enfoques eram na área de desenvolvimento de medicamentos e análises clínicas. Após a determinação, a posição do farmacêutico como cuidador da saúde da população foi mais considerada. “O curso de Farmácia tem que ser voltado a atender às demandas do sistema público de saúde”, defende Nilce. Ela explica que essa atuação direta com a população é a maior oportunidade para farmacêuticos recém-formados e que isso deve ser valorizado no Brasil, especialmente, na saúde pública.
Mas a maioria dos alunos entra no curso com outras ideias de carreiras profissionais. Pesquisa, desenvolvimento de tecnologias, medicamentos e outros produtos chamam a atenção dos universitários. É o caso da aluna do 8º período de Farmácia na UFPR, Gabriela Fernandes, 22, que trabalhou com genética antienvelhecimento em uma empresa de cosméticos. “A iniciação científica me abriu portas para novas oportunidades, pois com ela adquiri experiência em pesquisa, relacionamento com pessoas, amadurecimento e ajudou muito para que depois eu conseguisse um estágio na área de pesquisa e desenvolvimentos de tecnologia de formulação”, conta a estudante.
Jornada Farmacêutica
Além da solenidade aos responsáveis pelo curso ao longo dos 100 anos, haverá a XII Jornada Farmacêutica, a semana acadêmica de Farmácia. A Jornada contará com vários profissionais, palestras, oficinas, mini-cursos e mesas-redondas sobre os diversos temas da área. O evento começou na quarta-feira, dia 22, e irá até sábado, dia 25 de maio.
Um dos organizadores da Semana Acadêmica é o estudante de Farmácia pela UFPR, Eduardo Soares, 19, que acredita que o curso está completando um século porque é importante para a sociedade, apesar de os farmacêuticos serem vistos como “pessoas do balcão” pela sociedade.
Ele explica também que o farmacêutico é exposto a uma multiplicidade de conhecimentos, principalmente, no mundo de tendências em que vivemos. “O curso tem três áreas principais: a da Farmácia em si, a da Indústria e a de Análises Clínicas. Cada uma dessas áreas se divide em outras e cada uma tem uma tendência. Na Farmácia, estão investindo em nanotecnologia. Em análises clínicas, buscam-se meios de detecção mais rápidos e na tecnologia, investe-se na produção de novos medicamentos”, explica Soares.