A coroação do Rei Charles III, do Reino Unido, ocorrida no dia 6 de maio, reacendeu polêmicas antigas. A história conturbada do novo monarca da Inglaterra já foi alvo de diversas discussões, e no último sábado não foi diferente – agora rei e rainha, os ex-amantes reais, Camilla Parker Bowles e Charles, sobem ao título mais elevado ao qual são permitidos pela Coroa.
O casal se conheceu pela primeira vez em 1970, assumindo um relacionamento logo depois. Eles terminam após o então príncipe Charles ser convocado pela Marinha Real. Em 1973, Camilla se casa com o major Andrew Parker Bowles, tendo dois filhos com ele, um dos quais é afilhado de Charles.
Em 1980, Camilla viajou como acompanhante oficial do príncipe ao Zimbábue. Um ano depois, o príncipe se casa com Diana Frances Spencer, filha do conde Althorp. O casal também teve dois filhos, o primogênito William e Harry. Charles e Camilla, porém, continuam em uma relação próxima. Foi no período em que ambos já estavam casados que começaram a surgir os primeiros rumores de um relacionamento extraconjugal.
Segundo a revista People, Charles e Camilla começaram a ter um caso em 1986. Mais tarde, em 1995, durante uma entrevista ao Panorama da BBC One, Diana falou sobre a relação de Camilla com Charles, dizendo: “Éramos três neste casamento, então estava um pouco lotado”.
Houve vários relatos de que Diana também estava saindo com outros homens de 1986 até o fim de seu casamento. Durante sua entrevista no Panorama, Diana admitiu ter tido um caso com James Hewitt.
Em 1993, houve um vazamento de uma ligação íntima entre os amantes Charles e Camilla, sendo este o estopim para um grande escândalo da família real e a confirmação do caso extraconjugal. Em 1995, Camilla anuncia seu divórcio com Andrew e apenas um ano depois Charles faz o mesmo, comunicando sua separação com Lady Di.
Aos 36 anos, em 1997, Diana morre em um acidente de carro em Paris. Sua morte foi causa de comoção na Inglaterra, pela sua grande estima por parte do povo inglês. O acontecimento interrompeu uma suposta campanha de “divulgação” do relacionamento entre Charles e Camilla, segundo o The Guardian.
Em 1998, o príncipe comemora 50 anos de idade e é visto com Camilla, tornando seu relacionamento público e oficial mais uma vez. A Rainha Elizabeth II, mãe de Charles, não atendeu à festa, pois não aprovava a relação. Porém, isto não durou muito tempo – em 2000, o casal foi a uma comemoração do aniversário do rei da Grécia, e ali Camilla conheceu Elizabeth em um encontro cordial e amigável.
Cerca de 35 anos depois de se conhecerem, em fevereiro de 2005, Charles e Camilla anunciaram o noivado. Houve muita especulação sobre o título que Camilla receberia e se algum dia ela se tornaria conhecida como a Rainha. Foi dito que ela assumiria o título de Sua Alteza Real, a Duquesa de Cornwall, após o casamento, para que ela não compartilhasse o título de Princesa de Gales, assumido por Diana.
Enfim, em 2022, a Rainha Elizabeth afirmou que Camilla será a Rainha. Em homenagem ao 70º aniversário da monarca no trono, a rainha Elizabeth compartilhou seu desejo de que, assim que o príncipe Charles for coroado rei, Camilla adote o título de rainha consorte. Essa é uma prática que apenas o monarca no trono tem o poder de ditar – todos os títulos reais são concedidos somente pela permissão do Rei ou Rainha.
“Quando, na plenitude dos tempos, meu filho Charles se tornar rei, sei que você dará a ele e a sua esposa Camilla o mesmo apoio que você me deu; e é meu desejo sincero que, quando chegar a hora, Camilla seja conhecida como rainha consorte enquanto continua seu próprio serviço leal”, citou Elizabeth II em uma mensagem.
O gesto da Rainha mostrou que Camilla não era mais vista como a amante real, mas sim como uma figura central no coração da realeza. Assim, em maio de 2023, a esposa de Charles III se torna rainha consorte.
Camilla é muito ativa em sua defesa a causas como a alfabetização infantil e o apoio a vítimas de violência doméstica. “Estou muito orgulhoso dela e, apesar de tudo, ela tenta me apoiar, o que é maravilhoso da parte dela”, declarou o rei em uma entrevista à CNN em 2017.