A estudante da UFPR, Noemi Rocha acaba de voltar do seu estágio na NASA (Agência Espacial Americana) com muita bagagem e ideias pro futuro. O Jornal Comunicação conversou com ela durante o desenvolvimento de seu estágio e agora o assunto volta a ser tema para saber um pouco mais sobre a experiência da Noemi. A jovem de 22 anos, que cursa o último ano de Engenharia Ambiental na UFPR, não foi para ver foguetes, mas para pesquisar os impactos que os desmatamentos na região da Amazônia podem causar nos ciclos de precipitação.
No Jet PropulsionLaboratory, laboratório especial da NASA, ela realizou parte da pesquisa que compõe seu TCC. Estudando produtos de satélite (que conhecemos erroneamente como imagens) e os comparando a modelos de diversas escalas já estudadas, Noemi pôde concluir com certeza que os efeitos do desmatamento nos últimos 10 anos contribuíram para alterar os ciclos precipitações e, a partir disso, prever os efeitos futuros.
O que mais valeu para a estudante foi o contato com pesquisadores e estudantes do mundo inteiro. “Era gente do Camboja, da China, do Japão e de diversos outros lugares”, conta Noemi, que pretende produzir materiais como artigos a partir das pesquisas e assim dar continuidade ao projeto para além do TCC.
A experiência sem dúvida contou muitos pontos para a formação de Noemi e pesa em seu currículo, mas ela defende que não é preciso ir até a NASA para construir uma carreira de sucesso. A estudante afirma que devemos abandonar os limites territoriais e aproveitar o cenário de produção de pesquisas no Brasil, que é muito promissor.
Noemi pôde até prever um pouco do futuro climático da Terra, mas quanto ao seu próprio futuro profissional ela guarda dúvidas. “Ainda não sei se quero seguir esta carreira, apesar de toda essa experiência ter sido maravilhosa.”
A oportunidade que Noemi teve faz parte do sonho de muitos estudantes, contudo, ela deixa claro que isso não a faz melhor do que ninguém.E ainda faz questão de mandar uma mensagem: “As pessoas podem qualquer coisa que quiserem onde quiserem. Devemos todos abandonar a ideia de que um lugar é melhor do que outro e trabalhar para que pesquisas de qualidade possam ser feitas também aqui no Brasil”.