qua 19 mar 2025
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Em tarde com altas temperaturas, Jogo Resta 1 encerra programação do MUS em Curitiba 

O MUS se despede depois de três dias de exibição na cidade. O evento que ocorreu de forma simultânea em alguns pontos de Curitiba, finaliza hoje, sábado (23) em clima de comemoração com uma confraternização que acontece no Janaíno Bar, no Bairro São Franscisco, para todes que participaram da feira. 

Jogo Resta 1 aconteceu às 15h no Velódromo de Curitiba. Foto/Giovana Bonadiman

O QUE FOI O MUSA

Um evento independente, feito por coletivos, organizações e pessoas que se pautaram na causa de mobilidade sustentável. Em 2023, na sua 2º edição, a Feira MUS foi realizada entre os dias 21, 22 e 23 de setembro, com programação desde a Santos Andrade até o Velódromo de Curitiba. A feira contou com atividades como rodas de conversa, oficinas e estandes que divulgavam sobre o movimento urbano em Curitiba. A proposta foi criar um ambiente em que se pudesse debater e trocar experiências sobre essas causas na capital. 

Entre os principais programas que convidaram o público a participar ativamente da feira, as competições não podiam ser deixadas de lado. O desafio Intermodal, que ocorreu quinta-feira (21) reuniu diversos tipos de transporte para uma disputa para descobrir qual modal era mais sustentável —  emite menos carbono —, mais rápido e o mais econômico. Outro jogo que teve destaque foi o Resta 1, que contou com a participação do público curioso que curtia o fim de semana de calor no Jardim Botânico. 

QUEM SERÁ O QUE RESTA? 

Como parte da programação, o Resta 1 aconteceu hoje, sábado (23), às 15h, no Velódromo de Curitiba, perto do Jardim Botânico. O jogo é baseado em uma prova clássica do ciclismo de pista, que é disputada em velódromos. A prova é bem simples: a cada duas voltas, o último ciclista a passar pela linha de chegada é eliminado. Isso se repete até só sobrar um. Daí que vem o nome, resta 1.

Foto/Giovana Bonadiman.

Mesmo com temperaturas de quase 40° graus, o calorão não impediu que o velódromo lotasse com pessoas que passavam por perto. A competição teve início pela tarde e contou com a participação de 52 ciclistas. Foram três categorias: masculina, feminina e não- binárias/gênero fluido e queer.  Como a prova foi feita em um velódromo, foram permitidas somente bicicletas fixas não adaptadas — ou seja, bikes com a caixa de movimento central mais alta para evitar que o pedal bata no paredão. As baterias eram compostas entre 6 e 7 competidores, sendo os primeiros colocados de cada bateria passavam para a próxima fase, até a grande final. Cada competidor precisava completar pelo menos duas voltas, sendo a primeira neutra. Assim, após duas voltas, o último a passar a linha de chegada foi eliminado. Esse esquema acontecia sucessivamente até só sobrar um na pista — a primeira “neutra” servia apenas para adaptção dos competidores e para que o último que passou na linha de chegada saisse em segurança. 

Foto/Giovana Bonadiman

O Resta 1 é uma ideia inclusiva para todes. Com base em uma competição que existia nos Estados Unidos chamada Last Man Standing em português, o Último Homem em Pé, o conceito sofreu alterações e passou para Last Person Standing. Pórem, como não era algo muito sonoro, ele foi transformado em Resta 1, em alusão ao jogo de criança com o mesmo nome, algo já da cultura popular, além de mais inclusivo, agregando todes. Para Roberto Lagarto, 34, cicloativista, um dos pensadores do projeto, dessa forma o jogo consegue trazer pessoas que geralmente não frequentam esses espaços para praticar essa modalidade. 

O jogo que começou às 16h, teve seu final às 19h30. Para comemorar tanto a classificação dos ciclistas quanto do encerramento do MUS, todes que participaram dos eventos puderam celebrar em um Bar no Centro da cidade, como forma de despediada.

Para saber mais sobre a corrida escute o matérial complementar sobre a corrida no link abaixo.

COLOCAÇÃO 

1º lugar feminino: Isa Augusta

1º lugar não-binário/gênero fluido e queer: Rubens Gomes

1º lugar masculino: Darlan Leal

EXISTE UM CAMINHO AINDA

O futuro da mobilidade urbana apesar dos obstáculos resiste. Eventos como o Resta 1 e a Feira MUS possibilitam o debate e a prática do movimento democrático e acessível. Trazendo em pauta a vivência que por vezes é negligenciada. 

Utilizar espaços como o velódromo – algo que não existe em todas as cidades do país, por exemplo – é uma forma resisitência. Roberto, ressalta a importância de ocupar a cidade de uma forma não hierarquizada, frequentando essses locais que também são usados para competições profissionais. “É como se a gente fosse organizar um campeonatinho de futebol, no lugar onde o Messi tava jogando”, conclui. 

Foto/Giovana Bonadiman.

Reportagem feita por Ana Rocha e Giovana Bonadiman.

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