Reporteres: Thiago Ferrari e Flavia Keretch
Entre os signatários estavam representantes da Polícia Rodoviária Federal e da associação comercial do Paraná.
Uma carta na qual diversas entidades públicas se comprometem com os princípios da mobilidade, acessibilidade e sustentabilidade urbana foi assinada nesta sexta-feira, 22 de Setembro. A assinatura ocorreu na Praça Santos Andrade em Curitiba, Paraná, como parte da Feira de Mobilidade Urbana Sustentável (MUS) de 2023.
(A Carta de compromisso reuniu representantes de diversos setores da sociedade em prol da mobilidade e sustentabilidade urbana. Crédito: Thiago Ferrari).
Em uma carta de valor simbólico, diferentes entidades do Paraná, incluindo o Departamento de Trânsito (Detran/PR), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/PR), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/PR), a superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) expressam seu entusiasmo em colaborar com instituições que compartilham de seu compromisso em transformar e revolucionar a mobilidade do estado. Além disso, reiteram seu empenho em buscar soluções que não apenas beneficiem o meio ambiente, mas também promovam a segurança e uma melhor qualidade de vida tanto para as atuais quanto para as futuras gerações.
Durante a cerimônia, vários representantes das instituições foram convidados a tomar a palavra e compartilhar suas visões a respeito do tema, reforçando assim o comprometimento com as ideias delineadas na carta. Contudo, um dos destaques da solenidade ficou para Ricardo Mesquita, arquiteto e ativista pela acessibilidade urbana. Mesquita chamou a atenção ao relembrar que o debate em pauta transcende a sustentabilidade, abrangendo também a necessidade de criar uma cidade mais inclusiva, acessível para pessoas com mobilidade reduzida, deficiência visual e idosos. “Faz 10 anos que estamos lutando para tornar o trajeto do [Terminal] Guadalupe ao HC (Hospital de Clínicas) acessível” , destacou, seguido de aplausos calorosos.
A carta contém sete pontos, dentre os quais estão o comprometimento com a educação, a conscientização e a advocacia política a respeito do tema, bem como o desenvolvimento de soluções sustentáveis e a monitoração contínua do progresso desses esforços em conjunto. José Carlos Belotto, um dos idealizadores do evento, enfatiza que a carta permanece aberta para adesão de outras instituições, encorajando a participação sempre que possível. Embora possa ser considerada “genérica”, por não estabelecer compromissos e ações concretas, ela representa um pontapé inicial para que tais mudanças sejam possíveis, sendo a conscientização a respeito do tema um dos principais efeitos esperados.
A assinatura foi seguida pela apresentação da Banda Tátil, composta por pessoas com deficiências visuais, e uma “bicicletada”.
Em complemento a esta matéria, ouça também a entrevista com os representantes do Sindicato dos Engenheiros e o CREA PR em que discutem como os profissionais de engenharia enquanto classe podem auxiliar no desenvolvimento de uma cidade mais acessível e sustentável.