Por Luísa Druzik de Souza
A Festa Preta-Indígena movimentou a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) nesta quarta-feira (19), com uma programação voltada à valorização das identidades negra e indígena.
Organizado pelo núcleo de questões étnico-raciais da UTFPR, o NEABI, o evento integrou as ações de novembro, mês dedicado à Consciência Negra e ao orgulho negro, reforçando o papel da universidade como espaço de memória, reparação e reconhecimento.
Ao longo do dia, a programação reuniu oficinas, apresentações artísticas e debates. Entre as atividades, houve apresentação do coral Crianças Kakané Porã e a oficina de maquiagem artística ministrada por artistas negros, que trouxe para o campus discussões sobre estética, identidade e representatividade. Também foram propostas ações que dialogam com movimentos culturais surgidos nas periferias e ligados a pessoas LGBT+ e queer, destacando como esses grupos ocupam e transformam os espaços urbanos e acadêmicos.

“O evento foi feito justamente para valorizar a nossa construção identitária, entender que quem faz parte dessa base de quem nós somos hoje são os povos negros e os povos indígenas, e reconhecer todo o papel dessas populações na construção do que chamamos hoje de Brasil”.
Júlio Rodrigues
Para o mestrando em Estudos de Linguagem e voluntário do núcleo, Júlio Rodrigues, a festa tem um papel central na reflexão sobre quem constrói o Brasil. “O evento foi feito justamente para valorizar a nossa construção identitária, entender que quem faz parte dessa base de quem nós somos hoje são os povos negros e os povos indígenas, e reconhecer todo o papel dessas populações na construção do que chamamos hoje de Brasil”, diz.
Em uma cidade muitas vezes marcada pela falsa ideia de ser “apenas europeia”, como lembra Júlio, o evento evidencia a presença e a importância desses sujeitos na vida acadêmica e cultural, afirmando que eles não só estão aqui, como são essenciais para pensar uma Curitiba mais diversa.
Editado por Juliana Levandovski


