De acordo com dados divulgados pelo Instituto Geográfico e Estatístico Brasileiro (IBGE) Curitiba começou o mês com uma redução de 4,85% no valor da cesta básica. O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que é responsável por exemplificar a variação do custo de vida médio de famílias e o poder de compra dos cidadãos, indica média de 0,30%, estando abaixo da brasileira, calculada em 0,38%. No entanto, a percepção popular contradiz os dados consolidados no mês de julho.
Apesar dos índices de inflação apontarem baixa, o preço da cesta básica curitibana custa cerca de R$ 718,32, o sexto mais caro do país de acordo com levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o que representa metade do salário mínimo brasileiro, definido pelo Governo Federal em R$ 1.412,00. Em termos de comparação, na cidade de São Paulo, que apresenta o maior preço, está chegando a R$809,77 e em Aracaju, o mais barato, está em média R$524,28.
A população, por outro lado, parece não ter sentido essa diferença da inflação no bolso. Questionada sobre a percepção dos valores dos alimentos, a dona de casa, Rosângela Nascimento diz “parece que os produtos estão mais caros, desde a pandemia eu sinto que tá tudo mais caro”.
O mecânico Antônio Teixeira também tem a mesma impressão “a situação tá complicada, eu vejo que o arroz, o feijão, a carne, o óleo estão com preços muito altos. A gente tenta pesquisar e comprar no lugar mais barato, mas não é sempre que dá”.
Em um ranking divulgado pela empresa Numbeo, a cidade de Curitiba aparece em sexto lugar entre as cidades mais caras para se viver, ficando atrás apenas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG). Para realizar o levantamento, foi considerado alguns fatores como valores de aluguel, preço dos supermercados e poder de compra dos moradores.
A pesquisa do Dieese aponta que alimentos como óleo de soja, café e pão sofreram aumento no mês de julho, em contrapartida alimentos como feijão e tomate tiveram diminuição. Dados da Numbeo apontam que o leite está custando em média R$4,98, o quilo do bife de perna cerca de R$41,00 e o quilo do queijo quase R$50, ou seja, apesar dos números apresentarem um declínio, a alimentação mesmo com produtos mais simples está com valores ainda muito altos.
A dona de um serviço de entregas de marmitex, Solange Costa, relata que a conta do supermercado está cada vez maior e isso interfere nos preços que são repassados para os seus consumidores: “quando a gente vai no mercado, a carne, o arroz, o feijão estão cada vez mais caros. E daí não tem como não aumentar os valores das marmitas, os clientes sentem a diferença, mas não tem o que fazer”.
Exemplo esse que a Numbeo comprova, segundo as informações uma refeição em um restaurante simples está custando em média R$29,90, uma refeição completa de três pratos cerca de R$150 e fast foods ficam na casa entre R$34,90 e R$39,90. Além de não ter vida fácil ao fazer as compras do mês, os curitibanos ainda sentem no bolso os valores quando buscam alguma forma de facilidade ou lazer por meio da alimentação.