sáb 27 abr 2024
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Mudança de cenário: Ancine anuncia investimento de R$1 bilhão para o setor audiovisual

Entre as maiores dificuldades do cinema brasileiro, está a falta de investimentos em produções nacionais

O cinema no Brasil é uma significativa fonte de entretenimento e manifestação cultural, mas ainda carece de investimentos e oportunidades. Em abril de 2023, no entanto, esse cenário deu indícios de mudança. A Agência Nacional do Cinema (ANCINE) anunciou o investimento de R$1 bilhão para o setor audiovisual, desse montante mais de R$163 milhões é destinado para filmes brasileiros independentes.

Origem

Os irmãos franceses, Auguste e Louis Lumière inventaram o cinematógrafo, apresentado ao público pela primeira vez em 1895, em um café em Paris. Essa invenção captava, revelava e projetava filmes.

Há 125 anos, Afonso Segreto — o primeiro cinegrafista e diretor do país — capturou as primeiras imagens em movimento dentro de território nacional. Este marco ficou eternizado como Dia do Cinema Brasileiro, comemorado no dia 19 de junho.

Por trás desta forma de entretenimento, existem várias vertentes que ressaltam a importância das produções que evoluem ano após ano, com tecnologias e recursos melhorando cada vez mais. Isso inclui câmeras melhores, cenários e figurinos bem pensados, com computação gráfica e efeitos audiovisuais especiais.

Sétima Arte

Segundo o renomado teórico cinematográfico, Ricciotto Canudo, a expressão: “a Sétima Arte” se enquadra perfeitamente ao cinema, considerando suas antecedentes, música (1ª arte), dança (2ª arte), pintura (3ª arte), escultura (4ª arte), teatro (5ª arte) e literatura (6ª arte).

Ele destaca a importância do cinema como uma forma de expressão artística única, que combina elementos visuais, sonoros e narrativos, possibilitando uma experiência de imersão única e emocionante. Por isso há a expressão: “a Sétima Arte” quando nos referimos ao Cinema.

Dentro das telinhas, as demais artes são perceptíveis, todas de alguma forma participam na composição de um filme/série ou programa que acompanhamos.

Brasil

O filme “O Auto da Compadecida“, por exemplo, foi inspirado na renomada peça teatral de Ariano Suassuna, de 1955 e conta com influências dos folhetos de cordel. A ideia da adaptação solidificou a história no imaginário brasileiro, uma mini-série que virou filme, com um elenco talentoso que marcou gerações com sua atuação.

Dia do cinema brasileiro, questionário: Qual seu filme nacional favorito? Fonte: Autor

Sem dúvidas, alguns títulos marcaram mais presença na vida dos brasileiros do que outros, muitos amantes de cinema no Brasil compartilham o sonho de transformar sua paixão por cinema em uma carreira, assim como Lucas Braatz — um estudante e entusiasta da área — que ressalta a importância dos recursos: “Cinema é um negócio caro, e mesmo com leis de incentivo ainda é difícil arranjar verba para projetos.

A paixão do estudante por cinema e audiovisual começou na pandemia, apesar de seu pai sempre incentivar o consumo de filmes.

Braatz menciona a relevância do país na produção de novelas e séries, na qual o cinema tem grande influência social, com tramas que se tornam discursos, trazendo relevância para os temas que transparece também na realidade.

Mercado de trabalho

O cineasta e supervisor de efeitos visuais, Claudio Bittencourt (@noctuo), acredita que qualquer manifestação cultural tem importância significativa.

A celebração dos 125 anos do Dia do Cinema Brasileiro, segundo ele, possibilita a reafirmação de valores, trazendo temáticas relevantes para discussão. Além disso, ele também diz que a cultura é frágil, podendo desaparecer ou ser esquecida caso não seja devidamente preservada.

Cena do filme “Lamento (2019)” – Dirigido por Diego Lopes e Claudio Bittencourt

A mais de 14 anos na área, o cineasta afirma que o principal desafio é a desvalorização da cultura pelo nosso próprio povo. A área ainda carece de investimentos e incentivos que gerem oportunidades, para que então, aqueles que desejam se desenvolver na área tenham chances, assim como o Lucas, que sonha em trabalhar com isso.

Segundo o cineasta Claudio, o cinema brasileiiro tem muita influência externa, americana, principalmente na área audiovisual, isso gera uma pluralidade de ideias e culturas que temos dentro de um único país, essa junção de ideias só gera frutos e junto com incentivo, mesmo que seja um caminho difícil de trilhar, temos que amadurecer a indústria.

Uma das maiores conquistas para o cinema brasileiro é um mercado pleno e maduro, os métodos de distribuição hoje em dia não se resumem apenas ao cinema, temos plataformas de streaming, e com elas, a aceitação começa a aumentar, com o próprio público consumindo mais material nacional e isso vai trazendo forças para o mercado.

Lamento - Claudio Bittencourt - Dia do Cinema Brasileiro

“Com Marco Ricca e Thaila Ayala, tivemos a oportunidade de realizar nosso primeiro longa-metragem, Lamento. Ao longo do tempo, já produzimos diversos curtas-metragens, séries e médias-metragens pela internet. No entanto, quando estávamos prestes a lançar nosso primeiro longa, fomos surpreendidos pela pandemia”, afirma o Cineasta.
Trailer de lançamento


Ainda existem outros trabalhos em desenvolvimento pelo cineasta, acompanhe mais em:
ogersepol.com / vcanvas.com.br

Victor Stempim Schultz
Estudante de Design Gráfico da UFPR e autor no Jornal Comunicação.
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