Relembrando o formato das tradicionais poesias japonesas, Haikai quer criar novos mundos com o poder da palavra. Com estreia marcada para este sábado (30), a peça da Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba, promete ser uma obra que vai marcar o festival em 2013.
Em entrevista coletiva concedida na manhã da última quinta-feira (28), o diretor e escritor de Haikai, Roberto Alvim, falou sobre a peça, sua montagem e esclareceu o conceito por trás da obra. Segundo Alvim, a peça não fala para as pessoas, mas para o inconsciente delas. “Haikai tem a ver com coisas simples, porém muito amplas. É uma peça sintética, mas, dentro dessa síntese, toca a alma humana”, explicou.
O espetáculo tem aproximadamente 25 minutos, mas o diretor não o considera, por isso, um “pequeno espetáculo”. “O poder de síntese de Haikai também está na duração da peça. Quanto tempo dura um instante? O objetivo é desconstruir o minuto através da tragédia humana. Deixar com que o expectador tenha a experienciação de intensidades”, afirma Alvim.
O texto de Haikai, em si, não tem a ver com a temática das poesias japonesas, que carregam o mesmo nome, mas com sua estrutura, em três momentos, como nos três versos que compõem a poesia. Ainda segundo Roberto Alvim, na peça, as palavras são mais do que palavras, a palavra busca criar mundos e remeter ao gênese bíblico, potencializando esse processo de criação. Com sua linguam elíptica, sendo a palavra como um meio de transfiguração do real, Haikai quer ser encarada como uma nova experimentação estética e não um novo conceito em teatro.
Serviço
Haikai estréia amanha, 30, às 21h, no Espaço Cênico. No dia 31 há outra apresentação do espetáculo. Os ingressos, para a apresentação em Curitiba durante o Festival de Teatro, estão esgotadas, mas a peça irá para São Paulo no segundo semestre, com o incentivo do SESC.
Local: Espaço Cênico – R. Paulo Graeser Sobrinho, 305 – São Francisco, (41)
3338-0450
Data: 30 e 31 de março, às 21h.