O Festival Olhar de Cinema surgiu em Curitiba em 2012 com uma proposta diferente: ser um festival internacional de cinema independente, visando um público exigente e culto. Criado para substituir outro festival de cinema cancelado na capital paranaense, um grupo resolveu trazer filmes fora do circuito comercial para cá. A ideia deu certo, e, esse mês, a segunda edição do evento pretende repetir o sucesso, apresentando filmes de caráter inovador, que mostrem diversas expressões culturais.
Marisa Merlo, que faz parte da realização do evento, conta que o Festival foi bem recebido pelos curitibanos. “Com o término de outros festivais de cinema na cidade, o público de Curitiba ficou bastante carente de filmes independentes. O Olhar de Cinema veio para tentar suprir essa carência, pelo menos em partes, e o que aconteceu foi uma troca muito boa entre o público, os convidados e os filmes”, explica.
Com a intenção de evitar o comodismo, esse ano o festival pretende exibir filmes mais ousados, seguindo a linha mestra SALTO / RISCO. Serão mais de cem filmes exibidos, entre curtas e longas metragens, vindos de 26 países. O evento também terá palestras, oficinas, debates e bate-bapos. “A seleção de filmes desse ano reflete essa atitude de nos arriscar mais. Pode-se encontrar filmes muito ousados e intrigantes, que fogem bastante dos padrões de linguagem clássica de cinema”, revela Marisa. Ela espera que o público desse ano seja aberto a novas experiências e assista não só cinema, mas debata e converse sobre os filmes.
Com o patrocínio de empresas como BNDES e Volvo, o festival ainda é realizado com o auxílio da Lei do Incentivo à Cultura (Rouanet), que financia quase totalmente o evento. “Sem a lei do incentivo, o Festival não estaria acontecendo”, admite a organizadora.
Ideia aprovada
Para Thiago Cardoso, estudante de cinema da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), o festival é uma oportunidade de aprimorar os conhecimentos na área. Ele, que sonha em um dia ter um próprio curta metragem exibido no evento, assistiu três filmes e seminários na edição do ano passado.
“Um festival de cinema na cidade era necessário e muito bem-vindo. Afinal, Curitiba tem cursos voltados para Cinema e Produção Audiovisual. É uma oportunidade para estudantes e realizadores terem um contato maior com produções fora do eixo comercial”, defende Cardoso. O futuro cineasta pretende assistir a pelo menos dois filmes de longa metragem nesse ano: “Boa Sorte, Meu Amor”, uma produção brasileira, e “Leviathan”, um documentário americano.
Serviço
A exibição de filmes acontecerá entre os dias 06 e 14 de junho, no Espaço Itaú de Cinema (Shopping Crystal) e na Cinemateca de Curitiba. Para a exibição de longas metragens, os ingressos custam R$ 5, e a meia-entrada, R$ 2,50. Para curtas, o valor único é R$ 1. No dia de abertura do evento, a entrada é franca.