qui 25 abr 2024
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Paraná Mais Verde: programa de cuidado ao meio ambiente é fortificado por lei

Iniciativa do Governo do Estado tem como foco a promoção da conscientização e da restauração ambiental por meio do plantio de árvores

Por Emerson Araujo dos Anjos Junior, Jully Ana Mendes e Thiago Fedacz Anastacio

Desde outubro vigora a lei que regula o Programa Paraná Mais Verde, que visa o plantio e a distribuição de mudas de árvores nativas em todo o estado, com foco na arborização urbana e rural. O programa existe desde 2019 por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) e o Instituto Água e Terra (IAT). Desde o início do projeto já foram distribuídas gratuitamente mais de cinco milhões de mudas e, para os próximos anos, o objetivo é dobrar esse número.

As mudas são plantadas em áreas que precisam ser recuperadas ou melhor arborizadas. Um dos principais objetivos da iniciativa é incentivar a população a plantar árvores, seja em área urbana ou rural, a fim de colaborar no equilíbrio do clima. Só com as plantas entregues, o Paraná Mais Verde já recuperou aproximadamente três mil hectares.

Para a realização das ações, a Lei nº 20.738 decreta que os investimentos virão de dotações orçamentárias, que são verbas destinadas para fins específicos em orçamentos públicos, de recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema) e do decreto nº 10.221 de 2018. Acordos e doações também poderão servir como meios de financiamento.

Segundo Márcio Nunes, Secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Estado do Paraná, ações como esta são importantes para a manutenção da vida no planeta: “Preservar o meio ambiente é preservar a vida, oferecer melhor qualidade de vida para as pessoas e garantir um mundo melhor para as gerações futuras”, declara.

Hortas comunitárias

Um dos objetivos da nova lei é a implantação de hortas urbanas em espaços onde a comunidade possa cultivar e realizar a manutenção. Através da utilização de espaços não aproveitados, a medida visa promover uma alimentação mais saudável e de fácil acesso. Apesar da recente promulgação da lei, essa ideia já está sendo aplicada em diferentes lugares do Paraná.

É o caso da horta comunitária do bairro Eucaliptos, em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. Surgida em 2004, a horta do bairro se mantém com o trabalho de 35 famílias que cultivam o seu próprio alimento. Ao todo são cinco blocos com 25 canteiros cada. Cada família tem em torno de cinco canteiros para o plantio.

As mudas são adquiridas de maneira individual, mas o esterco e a água são compartilhados por todos. O dinheiro é arrecadado através de uma pequena contribuição pelos canteiros. Todo mês os cultivadores locais se reúnem e discutem o futuro da horta do bairro.

Os alimentos cultivados são diversos: beterraba, couve-flor, alface, cheiro verde, repolho. O destino do alimento varia, ele pode ser produzido para consumo próprio ou até mesmo doado. A vantagem é a ausência de agrotóxicos, o que garante um alimento mais saudável para quem o consome.

Além das hortaliças de boa qualidade, a horta do bairro traz outros benefícios para aqueles que cultivam ali. Segundo Silvia Maria Caseiro, 63, o trabalho com a enxada funciona como uma terapia: “Faz muito bem para a nossa saúde e nosso bem-estar. A gente até cansa, mas é uma canseira que faz bem”.

Silvia Maria Caseiro, cultivadora local (Foto: Thiago Fedacz)

A expectativa é que mais locais como esse nasçam por todo o estado, para que, com um pouco de água, luz do sol e trabalho coletivo, não só um alimento fresco e saudável seja cultivado, mas também para que uma nova experiência de vida seja conhecida.

Cenário brasileiro e paranaense

Quando se fala sobre áreas verdes e florestas, o Brasil é uma das referências mundiais, principalmente por ter em seu território a Floresta Amazônica.

Chamada popularmente de “Pulmão do Mundo”, a floresta ocupa cerca de 7% da superfície total do planeta e contém aproximadamente 50% da biodiversidade mundial, colocando o Brasil no ranking dos países com maiores áreas florestais da Terra. Em contrapartida, o país sofre anualmente com o aumento nos índices de desmatamentos e de queimadas em território nacional. Segundo a organização Global Forest Watch, o Brasil é o país que mais destrói suas florestas tropicais no mundo. Só em 2020, foram 1,7 milhão de hectares desmatados, uma área três vezes maior que o segundo colocado, a República Democrática do Congo.

Relação de países com maiores perdas de florestas primárias em 2020 (Dados: Global Forest Watch / Gráfico: Emerson Araujo)

A Mata Atlântica, no estado do Paraná, apresenta números preocupantes quando se fala em desmatamento. Em um balanço da Operação Mata Atlântica em Pé, ação nacional realizada por Ministérios Públicos de 17 estados, o Paraná foi o segundo que mais destruiu a Mata Atlântica em 2020, perdendo apenas para Minas Gerais. A situação é ainda mais preocupante quando se compara com as pesquisas feitas nos anos anteriores. Em 2019, o desmatamento aproximado foi de 688 hectares, que equivalem a área de quase 700 estádios do Maracanã. Já em 2020, o número chegou a aproximadamente 1400 hectares, um aumento de 98%.

Catherine Plothow
Estudante do curso de Jornalismo da UFPR.
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