qui 18 abr 2024
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Perfis dos manifestantes reduzem os protestos a seus participantes, tirando de foco as reivindicações

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Manifestação na rua Marechal Deodoro, em Curitiba. (Foto: Gabriel Dietrich)

No último dia 15, milhares de pessoas saíram ás ruas para protestar contra o atual governo de Dilma Rousseff. Dentre as motivações estavam repudio aos casos de corrupção do governo, aos altos índices de inflação e pedidos de impeachment para a presidente.

Nos dias seguintes alguns sites como DataFolha e o Instituto Index traçaram “um perfil” dos manifestantes que estavam nas ruas, em grandes capitais como Porto Alegre e São Paulo.

O estereótipo criado acabou afastando o teor democrático de uma manifestação que tem como princípio a livre expressão. Porém, as mesmas pessoas que expressavam sua indignação com o governo levantavam cartazes pedindo intervenção militar, que é um dos maiores exemplos de não liberdade, deixando confusos os “porquês” de manifestar.

Segundo os dados, os protestantes eram, na sua maioria, adultos com média de 30 anos, de classe média, a favor do partido de oposição (PSDB), com alta escolaridade. Estes dados podem ser interessante para análise das manifestações. Porém, surgiram muitas discussões com o estereótipo que virou motivo de chacota nas redes sociais, generalizando os manifestantes.

Outro estereótipo que vem sendo muito discutido nas redes sociais leva a característica bipartidária do país, dando a impressão de que no Brasil só existem dois partidos, PSDB e PT, e como se todos que estiveram nas ruas não só fossem contra o atual partido, o PT, mas necessariamente fossem a favor do PSDB.

No caso especifico do Paraná, esse estereótipo pode ser destruído, porque, alguns dias antes das manifestações do último dia 15, havia greve dos professores da rede estadual de ensino. Muitas dessas pessoas que manifestavam a favor dos professores e contra a gestão do governador Beto Richa (PSDB) também estavam na manifestação, insatisfeitas com governo federal (PT).

Em relação ao impeachment, ele só pode ocorrer na hipótese de culpa da presidente diante dos escândalos que têm sido revelados. Por exemplo, não há nada que evidencie a relação de Dilma com os desvios de dinheiro público na Petrobras, e apenas manifestações populares não são suficientes para a troca no poder. O poder Legislativo também precisa querer o impeachment, e é o Congresso que vota tal processo.

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