O centro de exposições Expo Curitiba sediou, entre os dias 11 e 14 de junho, a III Feira ReciclAção e o I Encontro Nacional de Reciclagem. Neste último, foram apresentadas diversas palestras a respeito de novas tecnologias para diminuição de impacto ambiental por meio de reciclagem. Já a Feira ofereceu espaço para divulgação de projetos de instituições públicas e privadas relacionados a reciclagem e reaproveitamento de resíduos urbanos e industriais. Ambos os eventos foram organizados pela empresa Monte Bello Eventos, sendo o Encontro em parceria com Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Nimad) da UFPR.
Embora o tema do desenvolvimento sustentável já venha sendo discutido há algum tempo, foi apresenta uma abordagem menos conhecida pelo grande público: a econômica. De fato, políticas de preservação ambiental muitas vezes levam à diminuição de lucros, desaceleração do crescimento econômico e até mesmo fechamento de empresas. “Não dá pra esperar que uma indústria sacrifique tudo o que tem “apenas” para preservar o ambiente. É preciso adequar os métodos”, aponta o engenheiro químico Ricardo Gouveia, palestrante do Encontro. Por isso, muitas empresas estão investindo em técnicas de reciclagem mais eficientes.
Entre os métodos apresentados estão economia de água nos processos de produção, uso de lodo de esgoto em agricultura e processamento de embalagens de agrotóxicos. O evento era aberto ao público em geral, e por isso as palestras e apresentações de projetos foram menos técnicas. “Gostei muito dos eventos, especialmente pela diversidade de temas”, declara a professora Myrian Del Vecchio, integrante do Nimad. Tanto resíduos industriais como rurais e urbanos foram temas das palestras.
Como a iniciativa do I Encontro foi bem sucedida, haverá outras edições. “Vamos repetir a “dose dupla” nos próximos anos, se tudo der certo”, aponta Vera Bello, sócia da empresa Monte Bello Eventos. “A realização do Encontro teve como objetivo agregar valor científico à Feira. Muitos projetos apresentados chamaram a atenção de investidores”, completa.
Para algumas pessoas, porém, a consciência ambiental acabou em segundo plano. É o caso da estudante Mariane Gioppo, aluna de Biologia pela PUC-PR. “Alguns projetos foram muito “propagandísticos”. Não acho certo esse apelo comercial dos métodos de reciclagem”, opina Mariane. Para ela, o bom senso na hora de usar recursos naturais deve estar acima da lucratividade. “Afinal, sem a natureza, as empresas não podem fazer coisa alguma”, ressalta. “Mesmo assim, gostei do evento, de modo geral”.
