ter 23 abr 2024
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Reformas no Departamento de Educação Física já duram 5 anos

 

Foto_ problemas Ed. Física
Canteiro de obras do Novo DEF não possui previsão de retorno dos trabalhos (Foto: Anna Senns)

 

A demora nas reformas da estrutura do Departamento de Educação Física da UFPR (DEF) já afeta a formação dos mais de 600 alunos do curso. São apenas duas duchas no banheiro masculino, não há elevadores ou rampas de acesso para portadores de deficiências motoras – mesmo que o departamento ofereça à comunidade externa atividades exclusivas para cadeirantes, a biblioteca tem poucos títulos, tanto para licenciatura quanto para o bacharelado, o tablado de ginástica está danificado pela alta de manutenção e pelas chuvas, que até o final de 2014 inundavam o ginásio. Os alunos reclamam também de falta de equipamentos, muitas vezes são os próprios professores que compram bolas e levam seus próprios projetores para as aulas já que as salas têm os suportes, mas não o aparelho em si. “Sendo realista, nós não atendemos às condições mínimas exigidas pelo MEC”, diz André Mendes Capraro, vice-chefe do DEF e também avaliador de cursos de graduação pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

Para contornar esses problemas, os professores buscam meios alternativos de continuar com as aulas. A aluna Sabrina Monique Bora de Andrade, do terceiro período, afirma que os professores buscam se adaptar aos problemas e deixar que eles interfiram da menor forma possível no cotidiano acadêmico. “Apesar de não termos um lugar e material adequado, temos professores que sabem adaptar as aulas”, diz a aluna.

O maior exemplo desta adaptação é o acordo informal firmado entre o chefe do DEF e a PUC-PR. Desde 2012 a piscina da UFPR está fechada para reformas, mas um impasse entre a empresa responsável, que alegava não estar recebendo o pagamento, e a Universidade, que alegava não estar vendo os resultados, culminou na paralisação das obras. A partir de então a PUC cede gratuitamente algumas raias de sua piscina à UFPR.

Obras paradas

Em 2007 começou a construção do chamado “Novo DEF”, um prédio grande o suficiente para comportar todos os alunos do curso. Porém, o prédio está abandonado há pelo menos cinco anos e não tem previsão de conclusão das obras. “Foi um embate político. Não é que o setor seja inimigo do departamento, mas quando as gestões foram trocadas, paralisaram a obra”, explica Jessica Mariane de Oliveira Pereira, aluna do 3º ano e ex-representante do Centro Acadêmico de Educação Física (CAEF). Segundo a aluna, o CAEF encontra problemas burocráticos para lutar em prol do departamento, seja quanto ao prédio novo ou aos problemas no prédio atual.

A construção do novo prédio é usada também como motivo para a falta de investimento no DEF, ainda que a obra esteja abandonada. “O grande pretexto aqui é: não mexe tanto, não gasta tanto dinheiro, porque vai ter um prédio novo”, diz o vice-diretor do departamento, recordando que a estrutura é assim desde que ele era aluno, 20 anos atrás.  As aulas obrigatórias são ministradas na Reitoria, no Politécnico e no Botânico, além das aulas de natação na PUC-PR. As outras aulas práticas são realizadas no Centro de Educacão Física e Desportos (CED). Ainda que não seja de uso exclusivo dos alunos de Educação Física, o CED é uma alternativa para compensar a falta de estrutura do próprio departamento.

 

Melhorias

Apesar dos problemas vigentes, o DEF passou por algumas reformas no final de 2014, partindo de coisas essenciais, como a instalação de cortinas nas salas de aula, até a troca do sistema hidráulico. Falhas como goteiras internas e o alagamento na quadra esportiva em dias de chuva, foram solucionadas para o novo ano letivo. Um novo tatame de ginástica aguarda aprovação para instalação e as reformas na pista de atletismo do CED já foram iniciadas. O prédio também foi pintado, mas alunos e professores consideram que a reforma foi uma maquiagem ao real problema. O professor Fernando Renato Cavichioli, acredita que a situação do departamento ainda tem muito a melhorar. “O que desmotiva qualquer professor a ficar aqui é olhar a estrutura. Ela é de chorar. Você olha e pensa: como se formam pessoas aqui?”

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