As páginas Spotteds começaram a fazer sucesso na web a partir de 2012 ao publicar flagras de situações inusitadas em locais públicos. Um dos grandes sucessos é a página “Spotted: On the Train”, que posta fotos e vídeos de situações engraçadas e até mesmo bizarras vistas em trens.
No Brasil, a versão com diversas cantadas e indiretas cheias de humor virou febre entre os universitários de todo país. Em Curitiba, o Spotted: UFPR conta com mais de 5 mil likes no Facebook. A página recebe mais de 200 mensagens por dia com spots e cantadas hilárias. Tudo feito de forma anônima, o que encoraja ainda mais os participantes. Os dois moderadores da página, que preferem o anonimato também, contaram para a equipe do Jornal Co:::unicação como funciona toda essa brincadeira que virou mania entre os alunos da Universidade.

Jornal Co:::unicação: Como surgiu a ideia do Spotted: UFPR?
Spotted UFPR: No Brasil, a onda Spotted começou em universidades do Rio de Janeiro e fizeram sucesso imediato. Aí, resolvemos trazer essa onda para Curitiba. Por aqui, fomos os primeiros.
Co:::unicação: Qual o objetivo da página?
Spotted UFPR: A página é uma oportunidade de aproximar pessoas. Apesar do apelo ao humor e os exageros, gerados pelo anonimato, as mensagens são uma forma de as pessoas dizerem aquilo que não tiveram coragem ou oportunidade de falar pessoalmente a alguém. É uma grande brincadeira, mas com um fundo de verdade.
Co:::unicação: Como funcionam as postagens? Há uma seleção das mensagens enviadas?
Spotted UFPR: O usuário deve apenas nos enviar uma mensagem pelo chat que iremos postá-la na página. Ninguém é identificado em momento algum. O número de mensagens cresce exponencialmente. Hoje, já são mais de 200 por dia e teríamos que ficar o dia todo conectado para postar tudo. Infelizmente não dá. Além disso, recebemos algumas mensagens que podem ser consideradas ofensivas ou brincadeiras de mau gosto, que preferimos não postar. Fora isso, não há uma seleção de mensagens a serem postadas. Tentamos seguir por ordem de chegada.
Co:::unicação: Já houve algum caso de usuários que se conheceram depois de participar da página?
Spotted UFPR: Sim. Algumas pessoas já responderam agradecendo a postagem e disseram que deu certo. Mas, são poucas que nos trazem esse feedback.
Co:::unicação: Qual o spot mais bizarro ou, no mínimo, mais inusitado que vocês já receberam?
Spotted UFPR: São tantos que fica até difícil escolher um! (risos) A maioria dos bizarros não dá pra postar, mas dos que entraram, acredito que esse foi um dos melhores: “Veterano do segundo ano de Economia, alto, magro, cabelo bagunçado, meio japa: Há sempre uma sala onde você não pode entrar, e eu estarei esperando. Há sempre uma rua pela qual você não pode passar, e eu estarei esperando. Seus amigos podem estar com você para protegê-lo, mas eu estarei esperando. E antecipando cada passo. Fique de olho…!”
Co:::unicação: Será que na internet, no anonimato, as pessoas se sentem mais seguras em demonstrar interesse por alguém?
Spotted UFPR: Com certeza, esse é o motivo do sucesso da página. Ninguém sabe quem mandou ou pra quem foi a mensagem. A diversão é tentar descobrir e fazer com que ocorra a aproximação dos envolvidos.