O Coral da Universidade Federal do Paraná (UFPR) se apresentou hoje na Igreja Matriz de Antonina. Mesmo com pouco tempo para ensaiar no local, o coral, regido pelo maestro Álvaro Naldony, cativou o público com um belo espetáculo. “Achei maravilhoso”, afirma a artesã Maria Gapski, moradora de Antonina. A disposição dos artistas na igreja surpreendeu o público; ao invés de ficarem parados, os cantores caminhavam pela igreja, criando novas texturas e um novo clima para as músicas executadas.
O movimento dos cantores na apresentação é fundamental para o espetáculo. Segundo Naldony, a idéia é lidar com as diferentes percepções possíveis de uma única peça, dividida em diversas linhas melódicas. Como as vozes se deslocam pelo espaço, o conjunto harmônico se modifica de acordo com a posição do público. Não se trata de uma inovação, e sim de um resgate. Naldony afirma que essa é, na verdade, “a genuína linguagem coral”. Os corais renascentistas não tinham posição fixa; estas foram, na verdade, instituídas durante o período romântico.
Para o maestro, o resultado da apresentação foi surpreendentemente positivo. “Não tivemos tempo de estudar o espaço e a acústica do local”, diz Naldony, “o que poderia ter diminuído o impacto da música”. No entanto, a dinâmica foi precisa e a acústica da Igreja Matriz favoreceu a apresentação.
Foi a primeira vez que o grupo se apresentou com essa dinâmica. “As melodias ficaram muito mais ricas, mesmo as produzidas após o período romântico”, comenta Naldony.
Uma das peças apresentadas, “A Paz”, de Gilberto Gil, causou um certo estranhamento ao público. Ao invés das vozes, o coral foi substituído por um grupo de percussionistas, que executaram um arranjo somente em piano e percussão. Para o estudante de engenharia mecânica Ciro Onuki, a peça foi muito bem executada, mas não tinha uma ligação com o resto da apresentação. No entanto, Onuki gostou do resultado final: “acompanho o trabalho do Coral, e posso dizer que essa apresentação condiz com a qualidade e com o talento deles”.
O Coral é um projeto de extensão da UFPR, e é formado tanto por servidores, estudantes e professores como por pessoas sem ligação direta com a universidade.

